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Embaixador da Palestina diz que sangue brasileiro “vale menos” em Gaza

O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, criticou lista de autorizados a sair de Gaza, que não incluiu brasileiros ainda

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Ibrahim Alzeben, embaixador da Palestina no Brasil
1 de 1 Ibrahim Alzeben, embaixador da Palestina no Brasil - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, criticou as listas de pessoas autorizadas a deixar a Faixa de Gaza rumo ao Egito. Questionado quanto à saída de brasileiros e outros estrangeiros provenientes de países em desenvolvimento, o diplomata palestino afirmou que tem a impressão que “nosso sangue vale menos” que o de pessoas nascidas em países considerados ricos.

“Não quero exagerar, mas possivelmente é porque somos de Terceiro Mundo e o sangue e a vida daquele Primeiro Mundo vale mais. É uma realidade. O mundo está tendo um desequilíbrio”, afirmou o embaixador, em entrevista ao UOL nesta sexta-feira (3/11).

Ainda na opinião de Alzeben, além da vida dos brasileiros não ter “o mesmo valor” que a de cidadãos de países desenvolvidos, a dos palestinos valeria ainda menos. “Quando se trata da morte de palestinos, parece um ‘efeito colateral’ e que a vida deles não vale tanto quanto a dos outros. Esta é uma realidade que sentimos e o mundo está sentindo”, afirmou o diplomata da Palestina.

Os brasileiros que estão em Gaza seguem fora das listas de estrangeiros permitidos a deixar a região pela da fronteira com o Egito, por meio da passagem de Rafah. Essa situação se estende desde a última quarta-feira (1º/11), e o Itamaraty enviará, ainda nesta sexta, questionamentos sobre os critérios de seleção das listas, conforme adianta a coluna de Ricardo Noblat no Metrópoles.

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Comboio de veículos
Palestinos com passaportes estrangeiros no Portão Fronteiriço de Rafah esperam para cruzar para o Egito enquanto os ataques aéreos israelenses continuam
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Ambulâncias do Egito esperam para passar pela passagem de fronteira de Rafah para transportar palestinos gravemente feridos após ataques israelenses

Mustafa Hassona/Anadolu via Getty Images
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Comboio de veículos

Ahmad Hasaballah/Getty Images
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Palestinos com passaportes estrangeiros no Portão Fronteiriço de Rafah esperam para cruzar para o Egito enquanto os ataques aéreos israelenses continuam

Abed Rahim Khatib/Anadolu via Getty Images

Governos estrangeiros dizem que há em Gaza cidadãos de 44 países, bem como trabalhadores de 28 agências, incluindo organismos da ONU. Esses estrangeiros somariam um total de cerca de 7.500 pessoas em Gaza. O Egito estima que 500 pessoas cruzem a fronteira diariamente.

Na manhã desta sexta-feira (3/11), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o secretário de Estado dos Estados Unidos (EUA) se encontraram. A Casa Branca tentaria articular uma “pausa humanitária”, mas Netanyahu já afirmou que o cessar-fogo está fora de cogitação até que os reféns sejam liberados pelo grupo Hamas.

As estatísticas da guerra no Oriente Médio

O número de mortos na Faixa de Gaza está em pouco mais de 9 mil, e são mais de 32 mil feridos, de acordo com informações do Ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas, desta sexta-feira (2/11). Dos óbitos, 3,7 mil são de crianças. A estatística chega a 1,9 mil feridos e 111 mortos na Cisjordânia.

Somando os 1,4 mil mortos em Israel durante o ataque do Hamas em 7 de outubro, o total chega a 10.572 vidas perdidas no Oriente Médio nesta guerra.

Resgate de brasileiros

A repatriação realizada pelo governo federal é chamada de Operação Voltando Em Paz e já trouxe mais de 1,4 mil pessoas ao Brasil, todas provenientes de Israel e, mais recentemente, da Cisjordânia.

Agora, o governo federal negocia, por meios diplomáticos, buscar os 32 brasileiros na Faixa de Gaza.

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