Embaixada na Venezuela protegida pelo Brasil é alvo de novo cerco
Embaixada da Argentina na Venezuela, onde opositores de Maduro estão asilados, está sob proteção do Brasil desde agosto
atualizado
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Em mais uma ofensiva contra a embaixada da Argentina na Venezuela, que está sob proteção do Brasil, o governo de Nicolás Maduro ordenou o corte de energia elétrica e do abastecimento de água na representação diplomática em Caracas.
O caso foi denunciado nesta quarta-feira (27/11) por Pedro Urruchurtu Noselli, que junto de outros cinco opositores do regime chavista está asilado no local desde março.
“São +85 horas de cerco contínuo à residência da Embaixada da Argentina em Caracas, protegida pelo Brasil, com presença de funcionários do regime nas mediações. Também já são +36 horas sem serviço elétrico desde que os fusíveis foram removidos”, disse Nosselli, ligado ao grupo de oposição liderado por María Corina Machado, em uma publicação no X.
Após mais de 90 horas de cerco policial, o opositor de Maduro afirmou que autoridades chavistas também passaram a proibir o abastecimento de água na instalação por volta das 14h (horário local).
“Não satisfeito com a manutenção do cerco policial (+90h) em frente à residência da Embaixada da Argentina em Caracas, protegida pelo Brasil, e com o corte da energia elétrica (+40h), agora o regime proíbe a entrada de um caminhão-tanque caminhão com água potável”, escreveu Noselli.
Até o momento, o governo venezuelano ainda não se pronunciou sobre o assunto. O Metrópoles questionou se o Itamaraty está ciente sobre o caso, mas até a publicação desta reportagem não obteve retorno. O espaço segue aberto.
Brasil guardião
Após Maduro expulsar diplomatas de países que contestaram sua vitória nas polêmicas eleições presidenciais de julho, o Brasil aceitou assumir a proteção da representação diplomática da Argentina em agosto, com base na Convenção de Viena.
Na representação estão asilados seis colaboradores da campanha de María Corina Machado, o principal nome da oposição, apesar de ter sido impossibilitada de disputar o pleito deste ano.
Com a expulsão do corpo diplomático argentino, a possibilidade de uma invasão contra a instalação diplomática argentina começou a ser ventilada. No entanto, o governo de Javier Milei pediu ajuda ao governo Lula para resguardar a integridade não só dos asilados, assim como da instalação e de arquivos da embaixada.
Contudo, existem relatos de que forças venezuelanas, lideradas por Maduro, têm realizados cercos constantes no local.