Em noite de protestos, embaixador do Reino Unido é preso no Irã
O diplomata ficou detido por cerca de meia hora. Ele estava em uma vigília em homenagem às vítimas que morreram na queda do avião ucraniano
atualizado
Compartilhar notícia
O embaixador do Reino Unido no Irã, Rob Macaire, foi detido por autoridades iranianas na noite desse sábado (11/01/2020). O britânico foi preso após participar de uma vigília pelas vítimas da queda do avião da Ucrânia, que matou 176 pessoas na última quarta-feira (08/01/2020).
A vigília se transformou em protestos pouco depois do início. No sábado, milhares de manifestantes foram às ruas para pedir a saída do líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, depois que o Irã assumiu a autoria do disparo dos mísseis que atingiram a aeronave.
Macaire ficou detido por cerca de meia hora por “incitar os protestos”, informou a TV estatal iraniana. No Twitter, contudo, o diplomata afirmou que não participou de nenhuma manifestação. Ele informou que foi à vigília para prestar homenagem às vítimas.
“É natural prestar homenagem àqueles que foram mortos, alguns dos quais eram britânicos. Saí depois de cinco minutos, quando começaram a cantar”, escreveu.
Manifestantes gritavam “Morte aos mentirosos” e “Morte ao ditador” enquanto colocavam flores nos portões das universidades e das praças. O grupo criticou também a Guarda Revolucionária Islâmica, a qual chamou de “incompetente” e de “vergonha do povo”.
“Fui preso meia hora depois de deixar o local. É ilegal prender diplomatas em qualquer país”, completou Macaire.
Reação dos EUA
O ministro das Relações Exteriores britânico, Dominic Raab, afirmou, em comunicado oficial, que a prisão do embaixador viola a legislação internacional e que o Irã pode seguir para um status de “pária”, com isolamento político e econômico.
“Ou tomar medidas para diminuir as tensões e se engajar em um caminho diplomático adiante”, ressaltou Raab.
Após a prisão do diplomata, a porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Morgan Ortagus, disse que o Irã violou a Convenção de Viena e deverá se desculpar formalmente com o Reino Unido.