Em meio a sanções, maior banco russo deixa mercado europeu
O Sberbank, que tem sede na Áustria e está presente em outros sete países europeus, vem sofrendo com impacto das sanções à Rússia
atualizado
Compartilhar notícia
O maior banco da Rússia, o Sberbank, está saindo de quase todos os mercados europeus, em meio às sanções impostas devido à invasão russa da Ucrânia, que completa sete dias nesta quarta-feira (2/3).
O Banco Central Europeu (BCE) ordenou, nessa terça-feira (1°/3), o fechamento do braço europeu do banco. “A Autoridade do Mercado Financeiro proibiu o Sberbank Europe AG de continuar as operações comerciais com efeito imediato”, diz comunicado no site do banco.
Dias atrás, o BCE havia alertado ao banco que possivelmente a instituição não seria mais capaz de fornecer liquidez para subsidiárias europeias após uma ordem do banco central da Rússia, que busca preservar a moeda estrangeira.
A medida ocorre em meio à pressão que algumas empresas russas estão enfrentando por medidas de países ocidentais para isolar Moscou, incluindo sanções ao banco central e a exclusão de alguns de seus bancos do sistema global de pagamentos Swift.
O Sberbank Europe AG é um grupo bancário com sede na Áustria, mas de propriedade do Sberbank, uma empresa estatal russa. O banco também está presente na Alemanha, Croácia, República Tcheca, Hungria, Eslovênia, Sérvia e Bósnia e Herzegovina.
A notícia veio no mesmo dia em que a estatal russa reportou lucros anuais recordes: em 2021, o lucro líquido do banco cresceu 64% em relação a 2020, para 1,25 trilhão de rublos (R$ 77,6 bilhões).
Guerra da Ucrânia
A Rússia invadiu a Ucrânia na última quinta-feira (24/2), em meio a uma possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança.
Contudo, como justificativa, Putin ordenou a ocupação das regiões separatistas de Donbass, no leste ucraniano. Em pronunciamento, o líder russo fez ameaças e disse que quem tentar interferir no conflito sofrerá consequências nunca vistas na história.
Nesta quarta, o conflito chega ao sétimo dia. Russos sitiaram Kiev e tentam tomar o poder. Hospitais, orfanatos, prédios residenciais, além de escolas e creches, já foram alvos de bombardeios na Ucrânia. Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana e próxima à fronteira com a Rússia, também se tornou alvo.
Diversos países europeus anunciaram o envio de ajuda estrutural de armas e dinheiro para a Ucrânia, que resiste. Belarus, uma das maiores aliadas da Rússia, entrou no foco da comunidade internacional. O país teria feito ataques à Ucrânia e cedido a fronteira para a invasão russa.
A batalha chegou à cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) e ao Tribunal Penal Internacional, em Haia.