Em meio a protestos, Argentina aprova polêmica reforma da Previdência
Manifestações contra a medida deixaram mais de 160 feridos em Buenos Aires, além de 60 presos. Aprovação teve 128 votos a favor e 116 contra
atualizado
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Após mais de 17 horas de discussões no parlamento e de intensos protestos nas ruas de Buenos Aires, a Câmara dos Deputados da Argentina aprovou, nesta terça-feira (19/12), a reforma da Previdência apresentada pelo governo.
O projeto contou com 128 votos a favor, 116 contra e duas abstenções. Os governistas gastaram um bom tempo dialogando com membros de sua base e até com peronistas, os quais aceitaram conversar sobre a reforma, a fim de aprová-la. A medida deve reduzir os ganhos dos aposentados que recebem até 10 mil pesos por mês. De acordo com o jornal Clarín, o governo se comprometeu a dar um bônus em março, por meio de um decreto, para esse grupo de afetados.
Segundo os cálculos oficiais, a Casa Rosada deve “economizar” cerca de US$ 5,7 milhões em 2018, com a reforma.Para a oposição e os sindicatos, a lei vai deteriorar os recebimentos de 17,6 milhões de pessoas, as quais perderão renda, devido ao avanço da inflação. Por sua vez, o presidente Mauricio Macri defende que a mudança na fórmula do cálculo vai trazer benefícios e ganhos a médio e longo prazos.
Feridos
Nessa segunda (18/12), em protestos convocados pela oposição e por sindicatos contra a reforma, 162 pessoas ficaram feridas – sendo 88 agentes da polícia – e 60 foram presas durante os atos em Buenos Aires.
O maior momento de tensão ocorreu quando um grupo tentou invadir o Congresso. Como foram impedidos por um cordão policial, muitos manifestantes começaram a jogar garrafas, pedras e pedaços de madeira contra os agentes.