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Em guerra de sanções, EUA, Rússia e Reino Unido decretam mais punições

As penalidades britânicas miram oligarcas russos, enquanto o país comandado por Vladimir Putin puniu políticos norte-americanos

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Vladimir Putin, presidente russo. Ele usa terno e gravata e olha seriamente para a frente- Metrópoles
1 de 1 Vladimir Putin, presidente russo. Ele usa terno e gravata e olha seriamente para a frente- Metrópoles - Foto: Mikhail Svetlov/Getty Images

Em mais uma rodada de sanções econômicas por causa da guerra na Ucrânia, 0 Reino Unido anunciou novas penalidades contra a Rússia. O país comandado por Vladimir Putin (foto em destaque) também decretou imposições contra norte-americanos.

Nesta terça-feira (15/3), a guerra no Leste Europeu chega ao 20º dia. Kiev, a capital ucraniana e coração do poder, está em colapso.

O Reino Unido anunciou outra rodada de sanções contra a Rússia que mira oligarcas com patrimônio líquido de mais de 100 bilhões de libras (cerca de US$ 131 bilhões), incluindo Mikhail Fridman, Petr Aven e German Khan, além de proibir a venda de produtos de luxo aos russos.

O governo britânico impôs sanções também a aliados políticos de Putin. A lista inclui o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, o ministro da Defesa do país, Sergei Shoigu, e o ex-presidente russo Dmitri Medvedev. Porta-vozes do Kremlin e do Ministério de Relações Exteriores também serão punidos.

“Estamos indo mais longe e mais rápido do que nunca ao atingir aqueles mais próximos a Putin – dos principais oligarcas a seu primeiro-ministro e aos propagandistas que vendem suas mentiras e desinformação”, disse em comunicado a chanceler britânica, Liz Truss.

EUA mira Belarus

Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira sanções econômicas contra o presidente de Belarus, o ditador Alexander Lukashenko, e sua esposa, bem como indivíduos e uma entidade russa, por corrupção e violações de direitos humanos.

Essas sanções visam Lukashenko, um aliado do presidente russo Vladimir Putin, e “chefe de um governo corrupto em Belarus, cuja rede de patrocínio beneficia sua comitiva e seu regime”.

As tropas do presidente russo, Vladimir Putin, iniciaram a invasão ao território ucraniano por meio de Belarus, nação comandada por Lukashenko. Não parou por aí. O ditador também teria ordenado ataques a míssil contra o vizinho, segundo acusações da União Europeia e organismos internacionais. O tirano nega.

Amigo de Putin, aliado do Kremlin e entusiasta dos padrões da extinta União Soviética (1922-1991), não é surpresa o apoio de Lukashenko à guerra contra a Ucrânia.

Contragolpe russo

A Rússia impôs sanções contra o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o secretário de Estado, Antony Blinken, e outras autoridades norte-americanas. A informação é do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, em um comunicado publicado nesta terça-feira.

Ao todo, 13 pessoas foram atingidas. Segundo o Kremlin, a medida é “em resposta a uma série de sanções sem precedentes”. As sanções, no entanto, ainda não foram informadas.

Na prática, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia Biden e os 12 funcionários de alto escalão da Casa Branca estão proibidos de entrar no país.

Rodadas de sanções

Se a guerra parece longe do fim, as sanções contra a nação comandada pelo presidente Vladimir Putin, não. Líderes de Reino Unido, Canadá e Holanda anunciaram “coalizão militar e econômica” contra a Rússia, que reclama de uma “guerra econômica”.

Os norte-americanos não poderão comprar bebidas (como vodka), pescados (como o caviar) e pedras preciosas (como diamantes) russos. Antes, os Estados Unidos proibiram a compra de petróleo da Rússia com o objetivo de isolar Putin.

O governo russo proibiu a exportação de 200 produtos até o fim de 2023. São equipamentos nas áreas de telecomunicação, médica, automobilística, elétrica, agricultura e tecnologia.

 

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

Poca/Getty Images
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Militares na fronteira

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) confirmou que 40 mil soldados estão na fronteira da Ucrânia. Esta é a primeira vez que a entidade militar liderada pelos Estados Unidos divulga o efetivo no Leste Europeu.

Nesta segunda-feira (15/3), em entrevista transmitida ao vivo de Bruxelas, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, fez alertas importantes sobre o recrudescimento da guerra, que completa 20 dias.

A maior preocupação é o uso de armas químicas e nucleares pelo Exército russo. Além da Otan, os Estados Unidos e o Reino Unido acusam a Rússia de planejar esse tipo de ataque.

Stoltenberg reafirmou o compromisso de defender os países aliados e as nações amigas do grupo. “Nossa principal responsabilidade é defender nossos aliados da Otan. A Rússia sabe disso. Os aliados estão de olho”, frisou.

Ele completou. “Preocupa-nos que, de fato, estejam planejando isso [uso de armas químicas e nucleares]. Qualquer uso de armas químicas será violação ao direito internacional”, concluiu.

Negociações

Sob fortes bombardeios, representantes dos presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, voltam a debater condições para a paz entre os países, mesmo que momentaneamente.

A negociação de um cessar-fogo será retomada após o encontro de segunda-feira (14/3) ter acabado com uma “pausa técnica”. Um formalismo que significa falta de concordância político-diplomática.

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