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Em discurso na ONU, Zelensky pede punição à Rússia pela guerra

Após Biden, foi a vez do líder ucraniano discursar na Assembleia Geral da ONU. Zelensky exigiu punição à Rússia e apresentou propostas

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Divulgação/ONU
foto colorida de presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky
1 de 1 foto colorida de presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky - Foto: Divulgação/ONU

Em discurso aplaudido de pé na Assembleia Geral da ONU, nesta quarta-feira (21/9), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reforçou que os ucranianos querem paz e justiça e, sobretudo, que a Rússia seja punida pela guerra.

O líder falou em vídeo pré-gravado, e exigiu punição “para aqueles que tentam roubar o território ucraniano e pelos assassinatos de milhares de pessoas”.

“Nações do mundo, a Ucrânia quer paz”, continuou Zelensky. “A Europa quer paz. O mundo quer paz. E vimos quem é o único que quer a guerra. Há apenas uma entidade entre todos os estados-membros da ONU que diria agora, se pudesse interromper meu discurso, que está feliz com esta guerra”, disse, sem citar Vladimir Putin. “Mas não vamos deixar essa entidade prevalecer sobre nós, mesmo sendo o maior estado do mundo.”

O presidente ucraniano apontou as crises em cascata em decorrência da guerra no território europeu, sobretudo o aumento dos preços da energia, escassez de alimentos e a ameaça de um desastre nuclear em uma usina na Ucrânia, sob comando dos russos.

Zelensky também fez um apelo aos líderes de outros países, e pediu que seja estabelecido um teto de preço para o petróleo e o gás russos, exportações que financiaram o conflito. “Limitar preços é proteger o mundo. Mas o mundo vai aceitar? Ou vai ficar com medo?”, provocou.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Outro pedido foi a criação de um tribunal especial da ONU, focado em punir a Rússia, e que o país tenha direito de veto retirado no Conselho de Segurança da organização.

O discurso também foi crítico aos países com posições neutras. “Aqueles que falam de neutralidade querem dizer outra coisa”, destacou Zelensky.

Biden discursa

presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também discursou e renovou as acusações contra a Rússia na ONU nesta quarta (21/9). Na primeira parte do pronunciamento, Biden direcionou críticas às ameaças nucleares feitas pelo presidente russo, Vladimir Putin.

“Uma guerra nuclear não pode ser ganha, e não deve nunca ser travada. Hoje, estamos vendo violações perturbadoras a essa diretriz estabelecida pela ONU. Eles estão fazendo ameaças inaceitáveis […]. Nós não vamos permitir”, frisou.

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