Em dia tenso na ONU, Israel, Líbano e Irã ameaçam com mais ataques
Diante da escalada do conflito no Oriente Médio, os países envolvidos participaram da reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU
atualizado
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Diante da escalada do conflito no Oriente Médio, gerada pela invasão terrestre de Israel ao sul do Líbano, que teve como resposta bombardeios do Irã às cidades israelenses Tel Aviv e Jerusalém, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez uma reunião de emergência nesta quarta-feira (2/10). Os três países envolvidos no conflito — Israel, Líbano e Irã — participaram do encontro.
A reunião ocorreu na sede da ONU, em Nova York (EUA). O Conselho de Segurança é composto por 15 membros e reuniu-se extraordinariamente um dia após o Irã atacar Israel, em represália às mortes de integrantes do grupo Hezbollah.
O Ministério das Relações Exteriores do Irã havia demandado “ações significativas” do Conselho de Segurança da ONU para prevenir ameaças à paz e à segurança regional.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, abriu o encontro. Em seu discurso, o representante da entidade condenou os ataques do Irã a Israel e pediu que os arquirrivais evitem uma guerra total no Líbano. Guterres defendeu a instituição de Estados para Israel e palestinos.
Guterres rogou, ainda, que “a soberania do Líbano seja respeitada”, ao frisar que o “ciclo mortal de violência retaliatória deve parar”. “O tempo está se esgotando”, ressaltou.
“Mais uma vez, condeno veementemente o ataque maciço de mísseis de ontem do Irã contra Israel”, reiterou Guterres.
Israel na ONU
O embaixador de Israel no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), Danny Danon, afirmou que o país dará uma resposta “precisa e dolorosa” à ofensiva iraniana.
“Será uma resposta precisa e dolorosa. Vamos nos defender com força e justiça, de acordo com leis internacionais”, destacou o embaixador a jornalistas.
Durante sua fala no Conselho, Danon reafirmou que Israel atacará o Irã em retaliação aos 200 mísseis lançados contra o território israelense, e destacou que “as consequências que o Irã enfrentará serão maiores do que qualquer uma já imaginada”. “O momento de empatia passou”, pontuou Danon.
A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, reforçou a ameaça norte-americana ao Irã feita nessa terça-feira (1º/10), ao afirmar que um ataque a Israel teria “sérias consequências”.
Líbano na ONU
O embaixador do Líbano, Nuhad Mahmud, alegou, em discurso no Conselho de Segurança da ONU, que Israel distorceu os fatos sobre a invasão no Líbano.
“Eles (Israel) dizem que o objetivo é atingir integrantes do Hezbollah, mas há muitos civis mortos. Crianças no sul de Beirute estão dormindo nas ruas. Isso não pode mais ser tolerado”, declarou o embaixador do Líbano. Essas informações são do G1.
Mahmud também pediu ajuda à ONU para recuperação do país após os bombardeios, nomeando os ataques israelenses como uma “agressão bárbara”.
Irã na ONU
O embaixador do Irã, Amir Saeid Iravani, também em discurso no Conselho de Segurança da ONU, argumentou que o Irã agiu em autodefesa.
“Precisamos demonstrar os fatos que tratam da autodefesa do Irã e que são totalmente justificáveis”, ressaltou Saeid Iravani.
Sob essa premissa, o país não teria violado qualquer princípio da ONU sobre guerras, segundo o embaixador iraniano. Ele ainda acusou o Conselho da ONU de não intervir em ações violentas de Israel.
Iravani ainda afirmou que Israel comete genocídio e faz ações ilegais na região; sendo assim, a responsabilidade do fim do conflito é dos israelenses.
“Vários países, incluindo os Estados Unidos, falam das tentativas de cessar-fogo e do uso da diplomacia, mas nenhum acordo será feito sem a participação de todos”, disse o embaixador.