Em alerta, União Europeia diz: “A guerra voltou às nossas fronteiras”
Sem entrar em confronto militar, a comunidade internacional tenta isolar Putin por meio de sanções econômicas
atualizado
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Em uma manifestação sobre o aumento das sanções contra a Rússia, Josep Borrell, representante da União Europeia para Negócios Estrangeiros, deu a dimensão de como o continente está encarando a guerra.
Neste domingo (27/2), em pronunciamento transmitido ao vivo de Bruxelas, Borrell lamentou: “Infelizmente a guerra voltou às nossas fronteiras”.
O representante europeu explicou as penalidades econômicas contra a Rússia. As mais recentes são a exclusão de bancos russos do Swift, o maior sistema bancário global, além do fechamento do espaço aéreo para voos do país liderado por Vladimir Putin. A imprensa russa também foi banida da União Europeia.
Sem entrar em confronto militar, a comunidade internacional tenta isolar Putin por meio de sanções econômicas. Com os empecilhos, a Rússia fica impedida de movimentar seu dinheiro. Metade das reservas do Banco Central russo será congelada.
Putin ficou ainda mais isolado no mercado financeiro após o G7, grupo que reúne as maiores economias do mundo, determinar o banimento do país do Swift.
No sábado (27/2), os Estados Unidos e a Comissão Europeia aplicaram contra a Rússia a mesma sanção, que é considerada a mais dura penalidade econômica.
Sem essa tecnologia, os russos ficam impossibilitados de receber e enviar dinheiro para fora do país. Isso dificulta negociações internacionais, como de importação e exportação.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, comentou os efeitos do banimento em transmissão.
“Todas essas medidas vão diminuir de forma significativa a possibilidade de Putin financiar sua guerra. Ele embarcou num caminho de destruir a Ucrânia, mas ele está destruindo também o futuro do seu país”, defendeu Ursula.
Reunião na ONU
A Organização das Nações Unidas (ONU) reagiu ao presidente russo, Vladimir Putin, e condenou qualquer uso de armas nucleares nos confrontos com a Ucrânia — país que vive o quarto dia consecutivo de bombardeios.
Putin reuniu-se, neste domingo (27/2), com os seus ministros da Defesa, Serguei Choigu, e do Estado Maior, Dmitry Yuryevich Grigorenko, no Kremlin. No encontro, o mandatário ordenou que os ministros colocassem as forças nucleares em “regime especial de alerta”, conforme informado pela agência de notícias russa Tass.
O porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, foi categórico: “A mera ideia de um conflito nuclear é simplesmente inconcebível”.
Segundo ele, a reação do secretário-geral da ONU, António Guterres, foi de apoio aos ucranianos. “É por isso que a mensagem para todos é: apoiem a Ucrânia. Juntos somos fortes”, resumiu.
Ele completou. “Todo ucraniano tem orgulho de ser independente, orgulho de ser ucraniano e temos orgulho de ter nosso próprio país”, finalizou.
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, entidade militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê a possível entrada do vizinho na organização como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existem desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).
Insatisfeitos com o resultado da reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), líderes mundiais articulam a realização de uma Assembleia Geral da ONU na tentativa de punir a Rússia e Putin.