Eleito há 1 ano, Milei ganha protagonismo com vitória de Trump nos EUA
Há um ano, Javier Milei era eleito o novo presidente da Argentina com a promessa de recuperar o país com medidas ultraliberais
atualizado
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Há um ano, Javier Milei recebia 15 milhões de votos e era eleito o presidente mais bem votado na história da Argentina. Com propostas ultraliberais, o economista venceu o candidato da oposição, Sergio Massa, com a promessa de enfrentar o Estado e colocar a economia da Argentina nos trilhos.
Entre as principais medidas prometidas por Milei estavam o corte de gastos públicos, a substituição da moeda local pelo dólar, reformas tributárias e trabalhistas, e o distanciamento de países “comunistas”.
Recuperação econômica
Um ano após a vitória nas urnas, analistas ouvidos pelo Metrópoles apontam que Javier Milei tem conseguido implementar sua agenda, apesar de polêmicas, e obteve resultados concretos.
“O que se observou com essa redução de investimentos públicos e com uma redução no tamanho da máquina pública, de forma geral, foi um controle inflacionário. A inflação agora já está cada vez mais estabilizada, pensando em patamares da Argentina, que estava mais de 200%, e agora está direcionando a uma expectativa de 40% no próximo ano”, afirma o analista político Guilherme Gomes.
Apesar do êxito em implementar suas propostas econômicas, a administração Milei ainda enfrenta desafios no setor.
Sob o comando do economista ultraliberal, a taxa de pobreza no país disparou e atingiu 52,9%, a maior índice em duas décadas. O Produto Interno Bruto (PIB) do país também foi afetado, com a expectativa de uma queda de 3,4% até o fim do ano.
“Você tem um aumento aí do desemprego relacionado a essa redução dos investimentos públicos, a demissão de funcionários públicos, então você tem um cenário que é economicamente ainda desafiador”, explica Gomes. “Tem resultados positivos, resultados que foram dirigidos com bastante velocidade, mas o cenário de médio prazo ainda é bastante desafiador pro governo de uma lei e agora a expectativa é ver como é que ele vai manter essa política até o final do seu governo”.
Diplomacia
Uma outra mudança importante na Argentina após a vitória de Milei diz respeito a diplomacia do país.
Desde que assumiu o controle da Casa Rosada, Milei buscou um maior alinhamento com os Estados Unidos, e um afastamento de países considerados “comunistas” pelo presidente argentino, como a China.
O posicionamento do líder argentino ganhou mais forças nos últimos dias, após a vitória de Donald Trump nos EUA.
Em um evento realizado no resort Mar-a-Lago, na Flórida, Milei comemorou a ascenção de Trump ao poder, e mencionou a luta da direita global contra o “fantasma da liberdade”.
“Apesar de a balança comercial da Argentina depender muito do comércio com a China, essa política foi de fato implementada”, afirma Gomes. “O governo argentino busca mais um alinhamento com políticas delimitadas pelos Estados Unidos e a expectativa, agora para o próximo ano com o início do governo Trump, é que isso se fortaleça ainda mais. O Milei quer se colocar como uma grande referência da direita na América Latina e, principalmente, na América do Sul, em contraponto ao governo Lula. Então ele vai buscar bastante de vender essa. Agenda no próximo ano”.
