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Eleições nos EUA: Obama é escalado para estimular voto negro em Kamala

A 21 dias das eleições, ex-presidente Barack Obama têm participado de comícios para atrair votos do eleitorado negro para Kamala

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A apenas 21 dias das  eleições presidenciais dos Estados Unidos, os candidatos  Kamala Harris e Donald Trump focam suas agendas em grupos específicos do eleitorado, como os negros, que historicamente se ausentam do pleito. Diante desse cenário, o ex-presidente dos EUA Barack Obama tem intensificado sua participação em uma série de comícios, com o objetivo de atrair essa parcela da população.

Uma pesquisa conduzida pela Associated Press-Norc revelou que 7 em cada 10 eleitores negros apoiam Kamala Harris. No entanto, a campanha democrata teme que os homens negros não compareçam às urnas.

Kamala afirmou, em painel com jornalistas negros em setembro, que homens negros “não estão no nosso bolso”.

O internacionalista Emanuel Assis explica que o eleitorado negro historicamente vota no Partido Democrata. Porém, neste ano, a base parece menos sólida.

“Este ano a gente tem observado uma tendência de diminuição do apoio dessa base. Enquanto o Biden conseguiu 90% do eleitorado negro nas eleições de 2020, as pesquisas mostram Kamala conseguindo uma faixa de 70 a 75% desse eleitorado”, explica Emanuel.

O especialista ainda destaca que “a diminuição pode parecer pequena, mas em uma eleição tão polarizada, em que cada voto em cada estado vai contar muito para o resultado final, uma diminuição de cerca de 15% do apoio desse eleitorado é muito preocupante para o Partido Democrata”.

“Acredito que esse é o principal motivo de o eleitorado negro ser tão importante esse ano, devido a esse afastamento e à necessidade de recuperar o apoio desse eleitorado, no caso, do lado democrata, que sempre teve esse grupo como uma base eleitoral muito consolidada.”

Biden não teria cumprido promessas

O afastamento de parte dos eleitores, diz Emanuel, se dá porque um setor tem se decepcionado com a gestão democrata de Biden. “Acreditam que os democratas não estão cumprindo de fato as promessas de campanha que fizeram e, como a Kamala é muito associada ao Biden, por ser vice-presidente dele, ela precisa mostrar que merece a confiança desse eleitorado”, afirma.

Diante dessa percepção, os democratas recrutaram uma das figuras mais relevantes do partido, o ex-presidente Barack Obama, para fazer campanha. Em um dos discursos feitos em um comício na Pensilvânia, na sexta-feira (11/10), Obama afirmou que o receio em eleger uma mulher “parece ser mais pronunciada entre os irmãos”.

“Tenho um problema com isso, porque parte disso me faz pensar – e estou falando diretamente com homens negros – parte disso me faz pensar que, bem, você simplesmente não está sentindo a ideia de ter uma mulher como presidente, e você está surgindo com outras alternativas e outras razões para isso”, afirmou Obama.

Emanuel Assis explica que o apoio de Obama é muito importante, principalmente para os homens negros.

“Obama foi um presidente muito popular dentro dessa base da população norte-americana. Ele ainda é muito popular, terminou sua gestão com um alto índice de aprovação entre negros norte-americanos, e essa popularidade tem sido usada para tentar recuperar de alguma maneira o apoio da base eleitoral negra”, explica o especialista.

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Barack Obama adaptou seu slogam para Kamala Harris: "Sim, ela pode"
Kamala Harris, Joe Biden e Barack Obama
Obama deve anunciar em breve apoio à Kamala, afirma jornal americano
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Michelle Obama foi mais aplaudida do que o marido na Convenção Democrata
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Barack Obama adaptou seu slogam para Kamala Harris: "Sim, ela pode"

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Obama deve anunciar em breve apoio à Kamala, afirma jornal americano

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Candidata democrata

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Kamala Harris discursando

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Donald Trump

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Donald Trump e o eleitorado negro

Ao contrário do que acontece com o Partido Democrata, os republicanos têm dificuldade de inserção no eleitorado não branco. A pesquisa realizada pela Associated Press-Norc revelou que, de cada 10 negros, apenas 1 se identifica como republicano.

No entanto, ao ver esse descolamento de parte do eleitorado negro, a campanha de Trump realizou uma série de mesas-redondas voltadas aos homens negros.

Os republicanos também realizaram comícios por cidades com população majoritariamente negra, como Baltimore, Chicago e Filadélfia. A campanha acredita que os apelos do ex-presidente Trump em questões como economia, imigração e papéis tradicionais de gênero estão ressoando entre alguns homens negros.

Trump também tentou explorar negativamente comentários de Obama, ao publicar em sua rede social, Truth Social, que o ex-presidente “admite uma total falta de entusiasmo por Kamala, especialmente com homens negros”.

No sábado (12/10), o conselho consultivo da campanha Black Men for Trump divulgou uma declaração chamando os comentários de Obama de “insultuosos”.

Em um discurso na Carolina do Norte, Trump afirmou que “muitas pessoas disseram que é por isso que os negros gostam de mim, porque eles foram muito feridos e discriminados, e eles realmente me viam como alguém que estava sendo discriminado”.

Emanuel Assis explica que as falas e as agendas de Trump o afastam do eleitorado não branco, apesar do fator histórico ter um peso maior para o distanciamento.

“Acredito que as falas e a agenda que o Trump vem promovendo podem afastar uma parte do eleitorado não branco e fazer com que esse eleitorado vote em Kamala Harris por um voto de protesto, inclusive, contra a agenda trumpista. Mas não acredito que vai ser que esse seja um fator determinante. Uma vez que esse eleitorado sempre teve a tendência de apoiar o Partido Democrata, muito antes de Donald Trump surgir na corrida eleitoral”, conclui Emanuel.

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