Eleições na França: o que você precisa saber
Franceses vão às urnas nesse domingo para decidir o segundo turno entre Emmanuel Macron e a extremista de direita Marine Le Pen
atualizado
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A França realiza neste domingo (24/04) o segundo turno das eleições presidenciais entre Emmanuel Macron e Marine Le Pen, em uma reedição do pleito de 2017.
A votação determina quem liderará pelos próximos cinco anos a segunda maior economia da União Europeia e o único membro permanente do Conselho de Segurança da ONU do bloco europeu.
Como foi o primeiro turno
Macron e Le Pen emergiram como os dois principais nomes entre os 12 candidatos no primeiro turno, em 10 de abril, conquistando 27,85% e 23,15% dos votos, respectivamente. O populista de esquerda Jean-Luc Mélenchon ficou de fora por pouco, com 21,95% dos votos.
Como ninguém alcançou a maioria absoluta, os dois principais candidatos, Le Pen e Macron, avançaram como as duas únicas opções no segundo turno deste domingo.
Nas últimas duas semanas, os dois candidatos tentaram reunir os eleitores de seus rivais no primeiro turno , especialmente os de Mélenchon. Ambos os candidatos tentaram ampliar seu apoio, fazendo mudanças de última hora em suas plataformas.
Quem são os dois candidatos
O atual presidente francês, Emmanuel Macron, um centrista pró-Europa, está concorrendo à reeleição. Ele tem 44 anos e se autopromove como uma força estável durante um período de crise, usando como exemplos sua liderança durante a pandemia de coronavírus e a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Zombado como “o rei Sol”, Macron tem como seu principal obstáculo sua imagem como um elitista arrogante. Seu mandato foi marcado por altos e baixos. O chamado movimento dos “coletes amarelos”, em 2018, foi desencadeado por suas políticas favoráveis aos negócios e cortes de impostos para os ricos.
Le Pen, uma populista de extrema direita do partido Reunião Nacional (RN), fez campanha de linha dura contra a imigração e pela defesa da identidade francesa tradicional, além de ajudar famílias em dificuldades.
Ela tem sido criticada na Europa por sua postura de 2017 contra a União Europeia e a Otan – atualmente dois grandes atores na resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia. Também é frequentemente criticada por aproximação com autocratas.
Quais são as propostas
A resposta da França à guerra na Ucrânia, as pressões sobre o sistema de saúde desencadeadas por dois anos de pandemia de coronavírus e a economia estão no topo das preocupações dos eleitores.
Combater o aumento dos preços da energia e dos alimentos está no centro das campanhas.
Macron prometeu aumentar o valor mínimo das aposentadorias, aumentar as contratações no setor de saúde e priorizar a igualdade de gênero.
Ele também prometeu mais cortes de impostos para empresas, contratação de milhares de policiais e juízes, e aumentar a idade de aposentadoria para reduzir a enorme dívida do sistema previdenciário.
Le Pen, de 53 anos, prometeu realizar um referendo sobre controles rígidos de imigração, estipulando que os pedidos de residência só poderiam ser feitos fora da França. Desta forma, ela priorizaria os cidadãos franceses para habitação e outros serviços sociais.
Também prometeu 25 mil novas vagas em prisões e mais policiamento. Desde o primeiro turno, parece ter suavizado sua postura polêmica sobre a proibição do véu muçulmano em espaços públicos.
Suas outras promessas incluem um corte substancial nos impostos sobre gasolina e eletricidade e aumentos nos pagamentos de pensões.
Quando sai o resultado
A maioria dos locais de votação fecha às 19h, hora local (14h em Brasília), mas em cidades maiores, como Paris, algumas zonas fecham às 20h.
As pesquisas de boca de urna devem ser divulgadas por volta das 18h (hora local) – e costumam ser bastante confiáveis. Os resultados oficiais são esperados para a segunda-feira.
As pesquisas atuais colocam Macron na liderança, com entre 53% e 56% dos votos, contra de 44% a 47% de Le Pen.
Quando Le Pen enfrentou Macron no segundo turno de 2017, o atual presidente ganhou de 66% a 34%.
Se Macron vencer, será a primeira vez que um presidente francês será reeleito desde Jacques Chirac, em 2002.
le (AFP, Reuters, AP)