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Eleições EUA: entenda propostas de Kamala e Trump para mais pobres

Especialista diz que nunca viu uma eleição em que as propostas de assistência aos mais pobres fossem tão diferentes

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A 67 dias das eleições presidenciais dos Estados Unidos, os candidatos Kamala Harris e Donald Trump apresentam ao eleitorado políticas econômicas voltadas aos mais pobres bastante distintas. Entenda o posicionamento de cada partido nos temas assistência médica, impostos e orçamento, alimentação e habitação.

Isabel V. Sawhill, especialista do Brookings Institution que rastreia políticas antipobreza dos Estados Unidos desde os anos 60, disse ao New York Times que nunca viu uma eleição em que as propostas de assistência aos mais pobres fossem tão diferentes.

“Os partidos estão mais distantes do que nunca, pelo menos na minha memória, e eu estou bem velha. Os democratas foram para a esquerda e os republicanos foram para a direita”, disse Isabel.

Para a especialista, Donald Trump deixa vago seus planos para a parcela mais pobre da população, mas seu histórico como presidente aponta para uma forma de governo menos atenta à questão.

Em seu mandato, o ex-presidente tentou remover milhões de pessoas do Medicaid, dos cupons de alimentação, buscou reduzir o número de pessoas com moradia subsidiada e aumentar o preço dos aluguéis.

Já Kamala Harris tem assumido posições em defesa de medidas assistenciais aos mais pobres.

Assistência médica

A assistência médica é um dos principais problemas enfrentados nos Estados Unidos, visto que o país não possui um sistema de saúde pública gratuito.

Em 2010, o ex-presidente Barack Obama criou o “Affordable Care Act” (lei de cuidados acessíves), que adicionou milhões de pessoas ao Medicaid, subsidiou o seguro privado e diminuiu a parcela de americanos sem seguro quase pela metade.

Enquanto os democratas entendem o programa como uma conquista, os republicanos afirmam que custa muito ao governo e aos consumidores.

O partido republicano tentou revogar o “Obama Care” dezenas de vezes, mas, diante da impossibilidade no Congresso, Trump tomou medidas para suprimir a inscrição nos planos privados. Ano passado, o republicano escreveu: “Obamacare é uma droga!”

Kamala Harris, por outro lado, afirmou que se eleita iria fortalecer o Affordable Care Act. A campanha democrata também sugeriu que preservaria aumentos temporários nos subsídios para planos privados.

Impostos e Orçamento

Donald Trump afirma que estenderia de forma permanente o corte de imposto de 2017, que expirará em 2025. Essa política fiscal, em 10 anos, geraria um custo de US$ 4 trilhões e concentra os benefícios fiscais às corporações e aos mais ricos. O argumento republicano é de que os custos elevados podem ser compensados ​​pelo aumento do crescimento e pela redução dos gastos.

A campanha de Kamala Harris afirma que ela preservará os cortes de impostos para famílias que ganham US$ 400.000 ou menos, cerca de 98% dos americanos.

O governo Biden propôs em março deste ano um aumento de US$ 5 trilhões em novos impostos sob corporações e ricos na próxima década como forma de incluir duas propostas importantes para Kamala: ampliar o crédito tributário infantil de US$ 3.000, que inclui as famílias mais pobres, e a licença-maternidade remunerada.

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Trump chama Obama de "desagradável" em resposta a provocação

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Kamala Harris, Joe Biden e Barack Obama

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Alimentação

O atual programa de assistência alimentícia dos EUA, Programa de Nutrição Suplementar, foi criado nos anos 60 a partir de um acordo bipartidário. O programa distribuiu cupons que podem ser trocados por alimentos em lojas credenciadas, com foco em famílias em situação de pobreza.

Mesmo tendo sido aprovado por ambos partidos, Trump tem sido especialmente crítico, argumentando que o programa desencoraja o trabalho e atrai fraudes.

Kamala Harris defende que o programa “não deve apenas ser protegido, mas expandido”

O governo Biden aumentou os benefícios médios em mais de um quarto, fazendo com que cerca de um a cada oito norte-americanos receba um benefício mensal de cerca de US$ 210 por pessoa.

Habitação

Kamala enfatiza a questão da moradia no plano econômico apresentado pela campanha, propondo benefícios a compradores de imóveis, e também propõe que mais moradias acessíveis sejam criadas.

A plataforma atual do partido reduz a ambição de expansão prometida de vouchers para veteranos de baixa renda e pessoas que deixaram o sistema de assistência social.

Trump propôs reduzir os vouchers de moradia em 250.000, corte do mesmo tamanho do aumento proposto pela equipe Biden-Harris.

Moradores de rua

Outro ponto discordante entre as campanhas é como lidar com a população de rua.

O governo Biden adota o “Housing First ”, que fornece apartamentos para moradores de rua sem exigir tratamento para problemas como abuso de drogas ou saúde mental. Kamala afirma que manterá o programa se eleita.

Já o governo Trump afirmou que a abordagem encorajava comportamento autodestrutivo e pediu ao Congresso que o coibisse. Na campanha desse ano, Trump prometeu colocar moradores de rua em acampamentos.

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