Terceiro dia de Bolsonaro em Israel muda o foco para a economia
Primeiras 48 horas foram ocupadas por definições políticas, científicas e de cunho ideológico. Nesta terça, ele se reúne com 400 empresários
atualizado
Compartilhar notícia
Enviado especial a Jerusalém (Israel) – O terceiro dia da visita do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), a Israel terá foco distinto daqueles que ocuparam as primeiras 48 horas do chefe do Executivo federal na Terra Santa.
Depois de assinar acordos e anunciar a abertura de uma representação comercial do Brasil em Jerusalém no domingo (31/3), nessa segunda (1º/4), o presidente priorizou as ações mais políticas. De manhã, homenageou os militares israelenses que foram a Brumadinho (MG) auxiliar nas buscas; à tarde, visitou o Muro das Lamentações.
Nesta terça (2), terá início a agenda econômica da viagem. O presidente irá se reunir, segundo a Agência Brasileira para Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), com mais de 400 empresários brasileiros e israelenses. O destaque será a atração de investimentos e a facilitação do ambiente de negócios.
O encontro será durante café da manhã. O presidente se reunirá com CEOs de empresas israelenses e israelo-brasileiras. Ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o chefe do Executivo nacional fará a abertura das discussões em uma apresentação.
Ainda na parte da manhã, também junto a Netanyahu, Bolsonaro irá a uma exposição de prosistas de empresas de inovação. A visita será seguida por um deslocamento até a sede da Mobileye, que produz carros autônomos (sem a necessidade de motoristas). Seu almoço será novamente ao lado dos empresários.
O ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, que acompanha Bolsonaro na visita oficial a Israel, disse que sua pasta já está se mexendo na busca por parceiros comerciais e tecnológicos na Terra Santa.
“[As nossas conversas] visam principalmente a cooperação no setor de óleo, gás e biocombustíveis, especialmente no que diz respeito a startups e desenvolvimento de novas tecnologias e inovação”, revelou o ministro.
Além dele, o titular da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, contou que tem conversado sobre aumentar as parcerias com universidades e propiciar maior intercâmbio de conhecimento entre os dois países, o que pode resultar em maior desenvolvimento financeiro ao Brasil.
Fiscal
A essa discussão, no entanto, não passa ilesa a situação política do Brasil. Segundo o próprio presidente Jair Bolsonaro, para que o país volte a receber investimentos vultosos e crescer economicamente, é preciso resolver os problemas das contas públicas.
“Contas acertadas e reforma da Previdência [aprovada] é necessário para isso. Reequilibrando nossas contas, o investimento para o Brasil voltará”, afirmou, na noite de segunda.
Para tanto, o presidente garante que já tem uma agenda de debates com parlamentares marcada para a sua volta ao país. “Na quinta (5/4) já tem reunião prevista com alguns líderes partidários. A próxima viagem [oficial], se ocorrer, deve ser depois da reforma da Previdência”, concluiu.
Chegada
O presidente brasileiro e a comitiva com mais de 50 pessoas desembarcaram em Jerusalém, capital política de Israel, por volta das 10h desse domingo no horário local (4h em Brasília). Após frisar aas duas passagens pelo país, uma na qual foi batizado e a outra já em pré-campanha à Presidência da República, o chefe do Executivo federal destacou que os objetivos da visita são aumentar a cooperação entre Brasil e Israel.
Bolsonaro afirmou que o encontro é um retorno à relação que os dois países historicamente desenvolveram. Depois de chamar o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de “irmão”, disse em hebraico: “Eu amo Israel”.
Veja fotos de Bolsonaro em Israel, de sua saída de Brasília para a viagem, do hotel onde está e da Terra Santa: