Reino Unido anuncia pacote fiscal para economizar R$ 347 bilhões
Plano do governo do Reino Unido prevê aumento de impostos para empresas de energia e ajuda à população com a alta nos preços da eletricidade
atualizado
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O governo do Reino Unido anunciou nesta quinta-feira (17/11) um pacote fiscal que prevê, entre outras medidas, aumento de impostos para empresas de energia e o compromisso de economizar 55 bilhões de libras (US$ 65 bilhões ou R$ 347 bilhões), em um cenário de inflação alta e recessão econômica.
Ao fazer o anúncio do pacote, o ministro das Finanças do Reino Unido, Jeremy Hunt, afirmou que o governo britânico traçou como prioridades nos próximos anos “a estabilidade, o crescimento e a qualidade dos serviços públicos”.
“Somos honestos nos desafios que enfrentamos e justos nas nossas soluções”, disse Hunt, defendendo a austeridade fiscal para que o país supere a inflação e retome o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
“A libra recuperou-se de imediato quando Jeremy Hunt apresentou seu pacote fiscal, sugerindo que a escala de aumentos de impostos e cortes de gastos está relativamente próxima das expectativas dos investidores”, registrou o Financial Times.
O plano
O pacote fiscal do Reino Unido prevê aumento de impostos para empresas de energia e ajuda à população para que consiga lidar com a alta nos preços da eletricidade doméstica. O limite de preço das contas de energia será estendido por mais 12 meses.
O aperto fiscal será dividido entre novas fontes de arrecadação, por um lado, e diminuição de gastos do governo, por outro – de modo que se chegue ao “número mágico” dos 55 bilhões de libras.
Londres também aumentará o imposto sobre os lucros excepcionais das empresas petrolíferas, dos atuais 25% para 35%. A ideia é manter a cobrança nesse percentual pelo menos até 2028.
O ministro das Finanças anunciou ainda “um novo imposto temporário de 45% sobre os produtores de eletricidade”.
Essas duas taxas, segundo Hunt, devem render ao governo do Reino Unido cerca de 14 bilhões de libras (R$ 88 bilhões) apenas em 2023.
Inflação e recessão
Como o Metrópoles noticiou na quarta-feira (16/11), o Reino Unido registrou, em outubro, o maior aumento da inflação em 41 anos, como mostram dados divulgados pelo Escritório de Estatísticas Nacionais (ONS, na sigla em inglês).
No mês passado, o Índice de Preços ao Consumidor avançou 11,1% na comparação anual – maior alta desde outubro de 1981. Em setembro, a taxa havia ficado em 10,1%.
Segundo o Banco Central do Reino Unido, o país já está tecnicamente em recessão, com dois trimestres consecutivos de retração econômica. Entre julho e setembro deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) recuou 0,2%.