Pressionado por protestos, Macron aumenta salário mínimo na França
Presidente disse que ainda não foi capaz de responder a problemas que afetam a nação dos últimos 40 anos
atualizado
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O presidente da França, Emmanuel Macron (foto em destaque), anunciou nesta segunda-feira (10/12) um aumento de 100 euros no salário mínimo, que atualmente é de 1,2 mil euros, durante seu primeiro pronunciamento aos cidadãos franceses desde o início da série de protestos do movimento dos “coletes amarelos”.
Em declaração exibida na TV, o político disse que durante seu governo ainda não foi capaz de responder a problemas que afetam a nação nos últimos 40 anos. Além disso, fez dura crítica à violência dos protestos, mas reconheceu que é algo justificado.
Macron também admitiu que as manifestações da última semana “perturbaram profundamente a nação”, mas, segundo ele, “a violência não beneficiará de qualquer indulgência”. Em suas primeiras palavras, o presidente francês garantiu o aumento do salário mínimo no país em 100 euros já a partir de janeiro do próximo ano. O montante equivale ao aumento acumulado de 2012 a 2018.
Segundo Macron, aposentados que recebem menos de 2 mil euros por mês não vão precisar pagar uma contribuição social generalizada em 2019. Ele ainda anunciou a isenção de impostos e taxas às empresas sobre as horas extras pagas aos funcionários. “Queremos uma França em que as pessoas possam viver dignamente de seus trabalhos”, afirmou.
Reforma geral
O presidente também prometeu um debate “sem precedentes” para conduzir uma reforma no país. “Um debate sem precedentes acontecerá em nível nacional em nossas instituições, cada uma terá seu papel: governo, Assembleia Nacional, parceiros sociais e associações, vocês terão seu papel”. No entanto, Macron não aceitará retroceder na questão do Imposto sobre a Fortuna, o ISF. “Não haverá declínio. Retroceder nos enfraqueceria”, justificou.
Ele ainda assumiu responsabilidades e disse que há diversos problemas que estão sem respostas. “Quero ser muito claro com vocês: se lutei para derrubar o sistema, é precisamente por querer servir o nosso país e por amá-lo”, indicou.