Presidente do Banco da Inglaterra critica guerra comercial
Mark Carney disse que as perspectivas de crescimento global estão diminuindo devido à posição dos EUA
atualizado
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O presidente do Banco da Inglaterra, Mark Carney, disse que as perspectivas de crescimento global estão diminuindo devido a uma guerra comercial travada por Washington, criando novos desafios para os formuladores de políticas econômicas.
“A recuperação que esperávamos no crescimento global não ocorreu”, disse Carney em entrevista dada ontem, 23, durante o simpósio anual do Federal Reserve de Kansas City no Parque Nacional Grand Teton. “Quando analisamos esse cenário, ele não acontece por causa da política do Fed. Não é por causa das condições financeiras globais. Não é por causa da desalavancagem chinesa, que foi suspensa”.
O único fator que impulsionou a mais recente desaceleração “é a guerra comercial” alimentada pelo aumento das tarifas entre os EUA e a China e a ameaça das tarifas dos EUA sobre outros parceiros comerciais na Europa e do México, disse Carney. “Certamente, os EUA são os protagonistas nesta guerra”, disse ele.
Carney falou logo depois que o presidente Trump anunciou que estava endurecendo as tarifas sobre as importações chinesas, depois que Pequim divulgou alta de taxas sobre produtos norte-americanos, um dia antes da reunião de cúpula do G7, que acontece hoje na França.
Carney repetiu as preocupações de outros banqueiros centrais reunidos em Jackson Hole de que a guerra comercial estava prejudicando a confiança dos negócios, levando a uma retração visível no investimento, que poderia eventualmente comprometer o crescimento do emprego, que vem apresentando boa evolução.
“As boas notícias sobre os desempenhos das empresas, ao longo dos últimos 12 meses, estão cedendo às pioras das expectativas em relação ao segundo trimestre deste ano e para 2020”, disse ele