Para OCDE, Europa deve ser a região mais afetada pela crise global
A vilã das economias do continente é a pior crise energética já enfrentada desde os anos 1970, provocada pela guerra da Ucrânia
atualizado
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Para a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne as nações mais ricas do mundo, a Europa será a área do globo mais afeitada pela desaceleração econômica em curso nos próximos dois anos. A conclusão faz parte do estudo Perspectivas Econômicas (Economic Outlook) divulgado pela entidade na segunda-feira (22/11).
De acordo com a OCDE, a desaceleração global está afetando as economias de forma desigual. A Europa sofre maior impacto, uma vez que a guerra da Ucrânia atinge em cheio a atividade comercial na região e eleva os preços da energia – no caso, petróleo e gás.
As estimativas indicam, por exemplo, uma contração de 0,3% do PIB da Alemanha, em 2022. A máquina econômica do país, uma potência regional, é impulsionada pela indústria e dependente das exportações russas de energia. Embora péssimo, o percentual de queda é melhor se comparado à previsão de setembro. Ela apontava para uma redução de 0,7% do produto alemão.
Fora da zona do euro, a economia do Reino Unido também atrai perspectivas pouco animadoras. Deve encolher 0,4% no ano que vem, à medida que enfrenta o aumento das taxas de juros, associado ao avanço da inflação e à redução da confiança entre os agentes de mercado. A OCDE, em setembro, esperava uma elevação de 0,2% do PIB britânico.
A economia francesa, menos dependente do gás e do petróleo russos, deve apresentar melhor resultado e crescer 0,6% em 2023. Para a Itália, o quadro previsto não vai além da estagnação. Ali, a elevação do PIB no ano que vem deve ficar em 0,2%. Em 2024, desempaca, batendo em 1%.
No geral, a OCDE prevê que a economia de 19 países da zona do euro avance 3,3% em 2022, caindo para 0,5%, em 2023. Em 2024, o ritmo aceleraria em relação ao ano anterior, alcançando 1,4%. São números fracos, ainda assim melhores do que as estimativas feitas em setembro, quando o crescimento cogitado para este ano seria de 3,1% e, em 2023, de apenas 0,3%.