No Vaticano, Haddad defende taxar super-ricos: “Soluções edificantes”
Enquanto defendia a tributação global dos super-ricos, Haddad afirmou que o Vaticano é um “lugar apropriado para soluções edificantes”
atualizado
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Em evento no Vaticano, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender a taxação global dos chamados super-ricos, nesta quarta-feira (5/6). Para ele, essa medida traz à tona o enfrentamento da desigualdade mundial.
“A taxação dos super-ricos coloca uma questão: enfrentar a desigualdade. Um símbolo de um caminho a ser percorrido por todos nós com cooperação internacional. Por isso, estamos no Vaticano. É um lugar apropriado para soluções edificantes”, afirmou o ministro.
Visto como um “defensor vocal da justiça social e da responsabilidade econômica” pelo Ministério da Fazenda, o papa Francisco pode ser uma peça fundamental na difusão da proposta de tributação dos super-ricos. Ou seja, uma eventual manifestação pública do pontífice favorável à proposta ajudaria o ministro brasileiro a ganhar espaço na opinião pública global.
Haddad busca apoio do papa à proposta de taxação dos super-ricos
Esta não é a primeira vez que Haddad fala sobre a tributação de super-bilionários. Isso porque essa proposta é um dos carros-chefe da presidência brasileira no G20 (Grupo dos Vinte) neste ano de 2024.
Em Roma, na Itália, o ministro defendeu, nessa terça-feira (4/6), que o “tributo sobre os super-bilionários só faz sentido em escala global”. “Se não, ele não vai ser eficaz. E eu penso que é um começo de uma jornada”, admitiu ele, dizendo que o tema não deverá avançar em pouco tempo.
No Vaticano, Haddad também falou sobre a tragédia no Rio Grande do Sul, reforçando que é necessário “repensar os órgãos multilaterais e financiamentos para combater a crise climática de natureza global”. “Os estados nacionais estão endividados, com fragilidade fiscal”, lembrou.