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São Paulo – A Organização Mundial de Comércio (OMC) terá, a partir de 1º de março, pela primeira vez uma mulher no comando. Nesta segunda-feira (15/2), foi confirmada oficialmente a nomeação da nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala como diretora-geral da entidade. Seu mandato, renovável, vai até 31 de agosto de 2025.
Desde 1995, data da criação da OMC, apenas homens comandaram a instituição. Foram três europeus, um neozelandês, um tailandês e um brasileiro, Roberto Azevêdo, que deixou o cargo em agosto de 2020.
A nomeação de Okonjo-Iweala ocorre após o democrata Joe Biden assumir a Casa Branca. A indicação da nigeriana foi vetada, sem muitas explicações, em outubro do ano passado, pelo governo de Donald Trump.
Os EUA buscavam a nomeação da ministra do Comércio da Coreia do Sul, Yoo Myung-hee, que se retirou da disputa no último dia 5. Após a decisão de Yoo, a administração Biden abandonou a objeção dos EUA e anunciou seu “forte apoio” à candidatura de Okonjo-Iweala.
Perfil
Economista especializada em finanças globais, Okonjo-Iweala, 66 anos, foi diretora de operações do Banco Mundial, onde fez carreira por 25 anos. Também se tornou a primeira mulher a comandar o ministério das Finanças da Nigéria, cargo que ocupou por duas vezes (2003 a 2006 e 2011 a 2015).
Ela presidiu ainda a Aliança Global para Imunização e Vacinação (GAVI, na sigla em inglês) e liderou um dos programas da Organização Mundial da Saúde de luta contra a Covid-19.
Entre reconhecimentos pelo seu trabalho está a indicação como uma das 8 mulheres que inspiram na luta anticorrupção pela Transparência Internacional (2019).
Também foi considerada uma das 50 maiores líderes mundiais pela revista Fortune, em 2015, e esteve entre as 100 pessoas mais influentes do mundo, segundo a revista Time, em 2014.
Prioridades
Okonjo-Iweala disse que uma das prioridades será trabalhar com os membros da OMC para lidar rapidamente com as consequências econômicas e de saúde causadas pela pandemia de Covid-19.
“Uma OMC forte é vital se quisermos nos recuperar completa e rapidamente da devastação causada pela pandemia”, apontou a nigeriana.
“Estou ansiosa para trabalhar com os membros para moldar e implementar as respostas políticas de que precisamos para fazer a economia global funcionar novamente. A organização enfrenta muitos desafios, mas trabalhando juntos podemos tornar a OMC mais forte, mais ágil e mais bem adaptada às realidades de hoje”, afirmou.