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Mercado espera retomada da China após pacote para o setor imobiliário

Segundo o Goldman Sachs, o crescimento do PIB chinês deve se intensificar a partir do segundo semestre de 2023, fechando o ano em 4,5%

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Ju Peng
Presidente Xi Jinping da China discursa em sede do Partido Comunista Chinês, de costas para a plateia. Ao fundo, bandeiras vermelhas e o símbolo do comunismo, uma foice com martelo - Metrópoles
1 de 1 Presidente Xi Jinping da China discursa em sede do Partido Comunista Chinês, de costas para a plateia. Ao fundo, bandeiras vermelhas e o símbolo do comunismo, uma foice com martelo - Metrópoles - Foto: Ju Peng

Melhoraram as projeções do mercado para o desempenho econômico da China em 2023. O pacote destinado ao setor imobiliário, anunciado no início desta semana por Pequim, e a flexibilização das restrições da política de “Covid zero” adotada no país trouxeram otimismo.

Segundo o Goldman Sachs, o crescimento do PIB da China deve se intensificar a partir do segundo semestre de 2023 e, assim, fechar o ano em 4,5%.

De acordo com essas estimativas, a expansão trimestral anualizada do PIB chinês deve chegar a 10% no terceiro trimestre do ano que vem, ante apenas 2% do segundo trimestre.

O Australia & New Zealand Banking elevou sua estimativa para a economia chinesa, ao indicar alta de 5,4% no próximo ano. O Morgan Stanley, por sua vez, projeta um aumento de 7% dos gastos dos consumidores.

Ao participar do New Economic Forum, em Cingapura, o economista-chefe global da Bloomberg Economics, Tom Orlik, afirmou que as perspectivas para a China em 2023 “são um pouco melhores do que pareciam alguns dias atrás”. Segundo a Bloomberg Economics, a China deve crescer cerca de 3,5% neste ano e 5,7% em 2023.

Pacote para o setor imobiliário

Na segunda-feira (14/11), o governo da China anunciou um pacote de medidas para tentar evitar o colapso do setor imobiliário do país, duramente atingido pelas restrições impostas durante a pandemia de Covid-19.

O pacote do governo chinês foi anunciado pela agência que regulamenta o setor bancário no país e pelo Banco Central da China. São 16 diretrizes que têm como objetivo promover o “desenvolvimento estável e saudável” do segmento.

As mudanças anunciadas pela segunda maior economia do mundo incluem extensão do prazo de fim de ano para os credores limitarem sua proporção de empréstimos ao setor imobiliário; extensão dos empréstimos fiduciários pendentes; crédito para construtoras endividadas; apoio financeiro para garantir a conclusão e entrega de projetos parados; e renegociação de dívidas dos compradores. As medidas têm potencial de atingir mais de 25% do total de empréstimos bancários da China.

A derrocada do segmento imobiliário na China levou ao aumento generalizado da inadimplência e à queda das vendas de imóveis. As autoridades do país temem ainda a instabilidade social: nas últimas semanas, centenas de milhares de possíveis proprietários de apartamentos boicotaram os pagamentos de hipotecas em quase 100 cidades.

Crise no setor

Em 2020, no início da pandemia, Pequim impôs duras restrições ao crédito para as empresas do setor imobiliário. As medidas agravaram problemas de liquidez e fizeram com que muitos grupos deixassem de pagar seus títulos.

Empresas como a Evergrande, a maior do setor na China, não conseguiram concluir seus projetos. Na semana passada, credores da imobiliária chinesa venderam um terreno desocupado da empresa em Hong Kong por quase US$ 637 milhões – para pagar parte da gigantesca dívida da companhia.

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