Inflação do consumidor nos EUA vem abaixo do esperado
O índice de preços de gastos com consumo teve alta de 0,3% em outubro; medida é a mais considerada pelo Federal Reserve para definir juros
atualizado
Compartilhar notícia
O índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), medida de inflação mais considerada pelo Federal Reserve (Banco Central americano) em suas deliberações sobre a taxa de juros, teve alta de 0,3% em outubro, na comparação com o mês anterior.
Os dados de inflação da maior economia do mundo, que vinham sendo aguardados com ansiedade pelo mercado internacional nos últimos dias, foram divulgados nesta quinta-feira (1º/12) pelo Departamento do Comércio do governo dos Estados Unidos.
O chamado núcleo do PCE, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 0,2% no período. O resultado veio ligeiramente abaixo das expectativas de analistas consultados pelo Wall Street Journal, que projetavam uma alta de 0,3%.
Na base de comparação anual, o PCE registrou aumento de 6% em outubro. Seu núcleo subiu 5%.
O índice de preços de gastos com consumo é conhecido por capturar a inflação (ou deflação) e refletir mudanças no comportamento do consumidor nos EUA.
Renda pessoal
Segundo os dados divulgados pelo Departamento do Comércio, a renda pessoal nos EUA aumentou 0,7% em outubro em relação a setembro, superando as expectativas do mercado (de alta de 0,4%).
Os gastos com consumo, por sua vez, tiveram alta de 0,8%, em linha com as projeções dos economistas.
Efeito nos mercados
Os dados da inflação do consumidor nos Estados Unidos costumam causar impacto nos principais índices das Bolsas internacionais – e também no Brasil.
O resultado divulgado nesta quinta, menor do que o esperado, deve animar os investidores.
No Brasil, o Ibovespa abriu em queda de 1%. O mercado nacional reagiu mal ao resultado do PIB no terceiro trimestre (alta de 0,4%), abaixo das projeções. O resultado da inflação do consumidor nos EUA ainda não foi captado no pregão.
Por que os juros dos EUA afetam a economia brasileira
Assim como ocorre no Brasil, quando a inflação está alta nos EUA o Federal Reserve geralmente eleva a taxa básica de juros da economia para conter a escalada de preços. Um dos principais efeitos desse movimento é que os ativos brasileiros se tornam menos atraentes para os investidores estrangeiros.
A elevação dos juros nos EUA incentiva a aplicação em papéis no Tesouro americano, que são mais seguros e oferecem menor risco de perdas. A aplicação em países de economia emergente, como o Brasil, é considerada de maior risco por causa da instabilidade desses mercados.
O câmbio também é diretamente atingido pela alta dos juros na maior economia do mundo. O maior volume de investimento nos EUA leva à valorização do dólar em relação a outras moedas, especialmente as dos países emergentes.
PIB em alta
O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos registrou um crescimento de 2,9% no terceiro trimestre deste ano, na base de comparação anual, segundo uma nova estimativa oficial divulgada pelo governo americano na quarta-feira (30/11).
A primeira estimativa havia projetado uma expansão de 2,6% da economia americana entre julho e setembro.
A nova projeção para o PIB dos EUA veio acima das expectativas apuradas pelo consenso Refinitiv, que estimava uma alta de 2,7%.