“Guerra de preços” do petróleo e Covid-19 derrubam bolsas na Ásia
A Arábia Saudita reduziu os preços, abrindo o caminho para um forte aumento da produção no próximo mês
atualizado
Compartilhar notícia
As Bolsas da Ásia fecharam com forte queda nesta segunda-feira (09/03). Na China, por exemplo, seguindo o mau humor generalizado dos mercados financeiros, o pregão do dia foi encerrado com o principal índice acionário do país, o Xangai Composite, com recuo de 3,01%, a 2.943,29 pontos. O índice menos abrangente Shenzhen Composto recuou 3,79%, a 1.842,66.
No Japão, a queda foi de 5,07%, seguido de Coreia do Sul, com recuo de 4,19%, Hong Kong, baixa de 4,23% e Taiwan, com uma variação negativa de 3,04%. Na Oceania, a Autrália teve queda de 7,40%.
Todo esse cenário ocorre em meio ao tombo do petróleo, que chegou a cair até 30%, na esteira de uma decisão da Arábia Saudita de reduzir os preços que cobra pela commodity, e com a busca de investidores por ativos considerados mais seguros, como Treasuries. Além disso, as preocupações com o impacto econômico do coronavírus também interferem nos índices.
As Bolsas da Europa abriram a manhã desta segunda-feira (09/03) com queda generalizada. Também sob os mesmos motivos — petróleo e coronavírus. Às 5h18, horário de Brasília, a Bolsa de Londres caía 8,35%, a de Frankfurt recuava 7,27%, e a de Paris cedia 6,46%. Em Milão, Madri e Lisboa, as perdas eram de 2,03%, 6,47% e 4,59%, respectivamente.
O petróleo também mantém ritmo de recuo na manhã desta segunda-feira (09/03). Os futuros do petróleo operam em baixa de mais de 25%, mantendo o comportamento visto desde a noite desse domingo (08/03). Às 4h56 (de Brasília), o petróleo WTI para abril sofria queda de 26,99% na New York Mercantile Exchange (Nymex), a US$ 30,14 o barril, enquanto o Brent para maio caía 25,09% na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 33,91 o barril.
O que houve com o petróleo?
A Arábia Saudita reduziu os preços do petróleo, abrindo o caminho para um forte aumento da produção em abril. A decisão dos sauditas, anunciada no fim de semana, veio após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e os aliados da Opep+ não conseguirem fechar um acordo na última sexta-feira (06/03), para cortar ainda mais a produção do grupo, como parte de uma estratégia para amenizar o impacto econômico do coronavírus.
A Rússia, líder informal da Opep+, não aceitou uma proposta da Opep de reduzir a oferta coletiva em mais 1,5 milhão de barris por dia.