G20 adota cautela sobre ritmo do aumento de juros
Apesar das “crises multidimensionais sem paralelo”, o G20 quer evitar efeitos indiretos no câmbio e nos países emergentes
atualizado
Compartilhar notícia
Líderes do G20 assinaram, nesta quarta-feira (16/11), uma declaração afirmando que a economia global enfrenta na atualidade “crises multidimensionais sem paralelo” que vão desde guerra na Ucrânia, fim da pandemia e inflação. As informações são da agência Reuters.
Com isso, há uma pressão grande sobre os bancos centrais em relação à política monetária para evitar que essa inflação seja ainda mais forte nos países desenvolvidos. Diante disso, o G20 agora quer adotar alguma cautela sobre a elevação dos juros para evitar “efeitos indiretos”, como volatilidade cambial.
“Os bancos centrais [do G20] estão monitorando de perto o impacto das pressões sobre preços nas expectativas de inflação e continuarão a calibrar apropriadamente o ritmo do aperto da política monetária de uma maneira dependente de dados e claramente comunicada”, disse o comunicado assinado após um encontro de dois dias da cúpula do G20, em Bali, na Indonésia.
Emergentes
Devido aos riscos de recessão e aperto monetário, o comunicado aponta para uma possível fuga de capital dos países emergentes se os aumentos forem mais agressivos. “A independência do banco central é crucial para atingir esses objetivos e reforçar a credibilidade da política monetária”, acrescentou o comunicado.
Para tanto, os líderes pediram que os gastos fiscais, já considerados inevitáveis devido ao aumento da pobreza e necessidade de retomada da economia no pós-pandemia, sejam “temporários e direcionados” para famílias vulneráveis.
Brasil
De acordo com os últimos boletins Focus, o Banco Central (BC) do Brasil ainda não demonstrou a intenção de aumentar a Selic, atualmente em 13,75%. A taxa está travada há duas reuniões do Copom.
O país também voltou a registrar aumento da inflação após três meses de deflação, provando que a queda era “artificializada” pelos cortes de impostos e não pelo mercado. Com o cenário “adverso”, a Selic ainda não tem previsão de queda até o próximo ano.