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FTX: entenda crise que deixou investidores (e até Gisele) no prejuízo

O preço do bitcoin e de outros ativos caiu mais de 20% em razão de uma crise na FTX, segunda maior corretora global de criptomoedas

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Gisele Bündchen
1 de 1 Gisele Bündchen - Foto: Imagem cedida ao Metrópoles

Nos últimos dias, os investidores em criptoativos (como bitcoin) conviveram com uma boa dose de volatilidade nas cotações. Os preços desses ativos caíram mais de 20% desde a última semana, quando começaram a circular informações sobre uma possível falência da FTX, a segunda maior corretora de criptomoedas do mundo.

Embora as criptomoedas tenham sido bastante afetadas, o problema começou, na verdade, com um token (um ativo digital) emitido pela FTX, chamado FTT. Celebridades como a brasileira Gisele Bündchen estão entre os investidores que embarcaram na ideia e aplicaram parte de suas fortunas no FTT – a modelo, aliás, foi garota-propaganda da corretora.

Mas em meados da semana passada, o portal especializado CoinDesk revelou que o balanço patrimonial do grupo Alameda (do qual a FTX faz parte) tinha 75% de ativos não líquidos. Ou seja, que não podem ser vendidos tão rapidamente.

Os outros 25% eram compostos por FTT emitidos pelo próprio grupo. Sendo assim, ficou evidente que, na necessidade de empenho de liquidez, o grupo teria que vender uma boa quantidade de tokens no mercado, o que derrubaria a cotação do ativo.

Começou, então, uma corrida pelo resgate de FTT, que foi acelerada quando o executivo Changpeng “CZ” Zhao, CEO da Binance, a principal concorrente da FTX, disse que também venderia todos os tokens emitidos pela concorrente que estavam em sua carteira, o que representava um valor total de mais de US$ 2 bilhões.

A crise se espalhou e a cotação do token FTT caiu de US$ 26, no dia 4/11, para pouco mais de US$ 2 nesta sexta-feira, 11/11.

O que acontece agora?

A FTX congelou os saques e mostrou que a crise de liquidez havia, realmente, se confirmado. Enquanto isso, a Binance anunciou que havia feito uma oferta para comprar a concorrente, fato que deu um ligeiro respiro para o mercado de cripto no meio da semana. O negócio, contudo, não vingou, uma vez que, segundo a Binance, os problemas de liquidez da FTX eram maiores do que as soluções que ela poderia apresentar.

Sem a oferta da principal concorrente, a corretora buscou acordos pontuais (e até duvidosos) com emissores de outros ativos digitais para tentar retomar os saques da FTT. Ontem (10/11), Justin Sun, um controverso dono de criptoativos, disse que clientes poderiam trocar os ativos da FTX por tokens emitidos por ele, mas a medida só para inflar a cotação dos ativos emitidos por Sun. O problema de liquidez da corretora continua sem solução.

Embora a crise não esteja diretamente relacionada às maiores criptomoedas, como o bitcoin, é inevitável que o risco se espalhe pelo setor, principalmente em quadros como o atual, em que o aumento das taxas de juros nos Estados Unidos e Europa tornam mais atrativos os investimentos “tradicionais” (títulos do governo, empresa e bolsa) em países desenvolvidos. Por isso, é bom esperar volatilidade nos preços nos próximos dias.

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