Economia mundial dá sinais favoráveis de crescimento, afirma FMI
Mesmo com os dados positivos, a estabilidade financeira global ainda terá obstáculos e permanecerá vulnerável no curto, médio e longo prazos
atualizado
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Apesar de a economia mundial apresentar sinais favoráveis de crescimento, a estabilidade financeira global enfrentará obstáculos e permanecerá vulnerável no curto, médio e longo prazos. A informações é parte do Relatório Global de Estabilidade Financeira (GFSR, sigla em inglês), divulgado nesta quarta-feira (18/4) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
O relatório mostrou três áreas de vulnerabilidade: “Enfraquecimento da qualidade de crédito; instabilidades relacionadas à dívida externa em mercados emergentes e países de baixa renda; e descasamentos de liquidez em dólar entre bancos fora dos Estados Unidos”, diz o texto.
Para países emergentes, o prognóstico do estudo é “um panorama de condições financeiras positivas externas”, que deverá ser aproveitado oportunamente para “aprimorar suas políticas de regulação financeira para estabilidade monetária”.
O cenário geopolítico instável também é um fator preocupante para investidores. O FMI recomenda a atores políticos aproveitarem o momento favorável para tomar medidas que reduzam os riscos, sobretudo no caso de emergentes (categoria na qual o Brasil se encaixa). Para estes países, o fundo aconselha “fortalecer os fundamentos econômicos e amortecer os choques externos”.
No caso de países desenvolvidos, a recomendação é “desenvolver suas ferramentas de política regulatória e financeira; e seguir os planos para fortalecer as instituições financeiras”.
Segundo o estudo, as baixas taxas de juros, adotadas para promover o crescimento econômico em várias nações, acabaram alimentando, como efeito secundário, um ambiente vulnerável e volátil do ponto de vista financeiro. Por isso, o desafio é trabalhar “estas vulnerabilidades” para que os países estejam preparados para crises econômicas.
Equilíbrio
De acordo com o FMI, é preciso ajustar aspectos econômicos e financeiros para evitar contratempos e problemas futuros. O texto cita, como exemplo, que o aumento mais rápido do que o previsto na inflação dos Estados Unidos pode fazer os bancos centrais retirarem a acomodação monetária (oferta de moeda), para equilibrar preços de produtos e serviços.
Para administrar o risco de alta inflação, reguladores financeiros podem controlar a oferta monetária. Contudo, este tipo de ação acaba abalando o próprio mercado financeiro e gerando instabilidade no sistema global.
Nessa terça-feira (17), o FMI elevou a projeção de crescimento do Brasil para 2,3% em 2018 e 2,5% em 2019, em estimativa divulgada pelo relatório Panorama da Economia Mundial.