Dólar sobe mais de 2% após vitória de Trump nos EUA
Investidores refazem suas posições em meio à incerteza do que irá acontecer nos EUA e no mundo a partir de agora
atualizado
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A vitória do republicano Donald Trump, que será o 45º presidente dos Estados Unidos, traz mau humor aos mercados globais nesta quarta-feira (9/11), com investidores refazendo suas posições em meio à incerteza do que irá acontecer no país e no mundo a partir de agora. Logo na abertura do mercado de câmbio no Brasil, o dólar subia 2,31%, cotado a R$ 3,24 reagindo a incertezas no cenário internacional.
Parte dos analistas de mercado, no entanto, mantém a expectativa de que o Federal Reserve (Fed) eleve os juros de referência da economia americana na última reunião de política monetária deste ano, marcada para os dias 13 e 14 de dezembro, mesmo após a vitória de Trump.
Internamente, a intensidade do ajuste é difícil de prever, segundo operadores, mas não se descarta nas mesas de operação a possibilidade de a moeda voltar a testar o nível de R$ 3,35 – último pico atingido em setembro. Uma correção de alta é esperada para ajustar os preços internos à valorização generalizada da moeda americana frente a divisas emergentes e ligadas a commodities no exterior. Ontem, a moeda americana caiu para R$ 3,1733 no mercado à vista e aos R$ 3,1880 no dólar futuro de dezembro, em meio a apostas na vitória da democrata Hillary Clinton.Votação
Trump conseguiu os 270 votos necessários, vencendo a democrata Hillary Clinton ao conquistar os eleitores em Estados estratégicos, como Flórida, Carolina do Norte, Iowa, Ohio e Pensilvânia. Em um discurso mais pacificador nesta manhã, Trump pediu que a nação se una e afirmou que será presidente “para todos os americanos”. Sobre a relação com outros países, Trump disse que os EUA vão se relacionar com os países que quiserem se relacionar com eles.
O fato é que Trump no comando da maior economia do mundo traz um novo ambiente geopolítico. A União Europeia anunciou que manterá as relações políticas com Washington. “Os laços entre a UE e os EUA são mais profundos do que qualquer mudança política”, afirmou a alta representante para Relações Exteriores, Federica Mogherini. Mais cedo, o clima foi de maior aversão a risco.
As bolsas asiáticas operaram em forte baixa e futuros de Nova York chegaram a cair ao redor de 5%, mas as perdas em Wall Street haviam diminuído. Nas principais bolsas europeias a queda também é moderada e a Bolsa de Londres ensaia uma melhora.
O dólar perde para o iene nesta manhã, mas avança em relação às moedas ligadas a commodities e as de países emergentes, sendo que a alta ante o peso mexicano chegou a superar 10% mais cedo. Durante a campanha, Trump prometeu um muro entre EUA e México caso fosse eleito. O ouro, considerado um ativo seguro em momentos de turbulência, disparou mais de 4% na madrugada, mas também desacelerou e instantes atrás subia menos de 2%.
Confira a movimentação dos mercados nesta manhã:
Dow Jones futuro operava em baixa de 1,55%
S&P 500 futuro exibia queda de 1,78%
Nasdaq futuro tinha desvalorização de 2,43%
Bolsa de Londres caía 0,36%
Frankfurt cedia 0,97%
Dólar caía a 103,34 ienes, de 105,13 ienes no fim da tarde de ontem, após chegar a ser cotado mais cedo a 101,19 ienes, no menor nível desde 30 de setembro
Euro, por sua vez, avançava para US$ 1,1123, de US$ 1,1019 no fim da tarde de ontem
Brent para janeiro caía 1,04% na ICE, a US$ 45,56 por barril
WTI para dezembro recuava 1,18% na Nymex, a US$ 44,47 por barril