Dólar fecha em R$ 3,62, maior valor em mais de dois anos
Moeda teve influência do cenário externo e de pesquisa eleitoral: preferência por candidatos desagradou investidores
atualizado
Compartilhar notícia
As incertezas eleitorais voltaram a pesar sobre o mercado doméstico, levando o dólar a subir 0,74%, para R$ 3,6267, a maior cotação desde 7 de abril de 2016. A divisa chegou a abrir esta segunda-feira (14/5) em baixa, mas inverteu o sinal e rompeu os R$ 3,64. O mau humor do mercado se deu em reação à pesquisa CNT/MDA sobre as intenções de voto dos brasileiros para a Presidência da República.
A oferta de swaps cambiais pelo Banco Central tem sido insuficiente para conter a escalada do dólar, que também se valorizou frente a boa parte de outras moedas fortes e emergentes.O estudo, divulgado também nesta segunda-feira, mostrou crescimento das intenções de voto para o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), considerado antirreformista, enquanto o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), alinhado com o mercado, mantém-se com desempenho fraco.
Essa é a maior cotação da moeda norte-americana desde 7 de abril de 2016, quando fechou a R$ 3,6855. Naquela data, o mercado avaliava que tinham caído as chances de um impeachment da presidente Dilma Rousseff, por conta das articulações do governo em Brasília, inclusive com a ajuda do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.
A pesquisa CNT/MDA, divulgada no final da manhã, mostrou o crescimento de candidatos que desagradam os investidores, como Marina Silva (Rede), Ciro Gomes e Jair Bolsonaro (PSL). Já o tucano Geraldo Alckmin, até o momento o preferido do mercado, não emplaca: para alguns analistas, o movimento da cotação desta segunda é parte novamente da especulação.