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Dólar fecha a R$ 3,50 pela 1ª vez desde junho de 2016

Câmbio da moeda americana fechou em alta expressiva, atingindo marca que não era vista há pouco menos de dois anos pelo mercado brasileiro

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1 de 1 dolar-1-840×577 - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O dólar voltou a fechar em alta em relação ao real. A moeda americana atingiu nesta segunda-feira (30/4) R$ 3,5042, uma valorização de 1,2%, em um dia de negócios mais fracos por conta do feriado de 1º de Maio. É a primeira vez desde 3 de junho de 2016 (R$ 3,5252) que a moeda terminou acima dos R$ 3,50. A divisa chegou a superar esse patamar neste ano somente nas negociações feitas durante o dia. No mês, a moeda acumulou um ganho de 6,08%.

O motor dessa nova valorização do dólar veio basicamente do cenário externo. Nos Estados Unidos, o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) teve alta de 2% em março, na comparação anual, e ficou estável ante o mês anterior, segundo dados do Departamento do Comércio. O PCE é a medida de inflação preferida do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que tem meta de inflação de 2% ao ano.

A importância de indicadores de inflação dos Estados Unidos cresce à medida que se aproxima a data da decisão de política monetária do Federal Reserve, marcada para esta quarta-feira (2). Investidores esperam encontrar no comunicado da decisão do Fed algum indicativo dos próximos passos da autoridade monetária na condução dos juros locais. Quanto mais aumentos nos juros americanos houver este ano, mais os investidores migram para o mercado americano, o que tem influência direta em todo o mundo.

Segundo José Carlos Amado, operador da Spinelli Corretora, a semana “pré-Fed” deve ser marcada pela cautela do investidor. Isso porque, além da decisão de política monetária, está prevista também para esta semana a divulgação do relatório de empregos “payroll”, que trará dados do mercado de trabalho capazes de influenciar as decisões futuras do Fed. O dado sai na sexta-feira (4/5), dois dias depois da reunião do BC dos EUA. Na quarta-feira será conhecido o dado do setor privado, divulgado pela ADP, considerado uma espécie de prévia do payroll.

A chegada do dólar ao patamar dos R$ 3,50 trouxe de volta a mesas de operação as especulações em torno da possibilidade de o Banco Central atuar no mercado de câmbio. O presidente do BC, Ilan Goldfajn, vem relembrando reiteradamente que a autoridade monetária tem mecanismos para conter distorções no mercado. Uma intervenção, dizem operadores, pode sinalizar o intervalo que o BC considere confortável para as cotações.

Bolsa
O Ibovespa, principal indicador da Bolsa paulista (B3), chegou a ensaiar alta na abertura dos negócios de hoje, mas fechou o último pregão de abril em queda de 0,38%, aos 86.115,49 pontos. Mesmo assim, acumulou ganhos de 0,88% no mês e segue com rentabilidade de dois dígitos no ano, com valorização de 12,71%. Em dia de agenda fraca no mercado doméstico, a bolsa brasileira foi basicamente influenciada pelo cenário externo, principalmente as bolsas em Nova York.

Na parte da tarde, o Ibovespa renovou mínimas, à medida que os índices em Nova York ampliavam as perdas, de acordo com operadores. As commodities em alta ajudaram a impedir uma queda maior da bolsa brasileira. O petróleo teve alta hoje e contribuiu para os ganhos das ações da Petrobras, que subiram mais de 1%. A Vale também teve dia de valorização nesta segunda-feira.

O recuo dos papéis de grandes bancos, porém, impediu que o índice tivesse melhor desempenho. O papel do Bradesco cedeu 1,54% e o do Itaú perdeu 0,95% influenciados pelo mau humor externo. Por conta do pregão antes do feriado e vários investidores fora das mesas de operação, o volume de negócios foi um pouco mais fraco nesta segunda e somou R$ 7,5 bilhões, ante média de R$ 9 bilhões de pregões anteriores.

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