CEO de banco que financiou compra do Twitter elogia gestão de Musk
James Gorman, presidente do Morgan Stanley, chamou Elon Musk de “executivo extraordinário” e disse que não “apostaria contra” o bilionário
atualizado
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Desde que assumiu a condução do Twitter, em outubro, Elon Musk promoveu uma completa virada nos rumos da empresa.
Para citar alguns dos feitos recentes (e polêmicos): decidiu demitir mais da metade dos funcionários, incluindo o corpo de executivos, devolveu contas que foram banidas por promover discurso de ódio ou desinformação e, nesta semana, declarou guerra contra a Apple, para barganhar as taxas cobradas para disponibilizar o Twitter na Apple Store.
Nada disso parece preocupar o banco americano Morgan Stanley, principal responsável por um financiamento de US$ 12,5 bilhões (R$ 65 bilhões) que possibilitou a compra do Twitter por Elon Musk. Outros bancos que entraram no negócio estão assustados com a gestão de Musk frente à rede social e tentam repassar a dívida para frente, segundo reportou o portal Business Insider. Mas o chefe do Morgan Stanley, James Gorman, tenta demonstrar confiança.
“Instituições como a nossa não são estúpidas. Nós não entramos nesse tipo de negócio, a menos que seja algo real. E é muito real. Ele [Elon Musk] é provavelmente o mais interessante empreendedor dos últimos 50 anos, junto com Steve Jobs, Bill Gates e talvez um ou dois nomes mais”, disse James Gorman, durante um evento nesta semana.
Em avaliação ao momento do Twitter, o executivo do banco disse que a rede social segue no posto de uma “ótima empresa”, agora conduzida por um “executivo extraordinário”.
“Eu não apostaria contra Elon Musk. Quem não gostaria de fazer negócios com uma pessoa com tal capacidade?”, complementou Gorman.
Demissões, jornadas de trabalho exaustivas e guerra pública
Além de demitir mais da metade dos funcionários, Musk exigiu da outra metade o comprometimento com um trabalho de “longas horas em alta intensidade”. Quem não aceitasse essa condição deveria deixar a empresa.
O empresário disse não estar preocupado com a saída dos trabalhadores, nem com as críticas públicas quanto ao rumo que ele está ditando no Twitter.
O nível de “desapego” é tamanho, que o próprio bilionário fez piada da corrente “RIP Twitter”, levantada por usuários que preveem o fim da rede social frente ao que eles classificam como desmandos de Musk. Há duas semanas, o bilionário publicou em seu perfil uma foto que simulava o sepultamento do Twitter.
Por fim, embora o presidente do Morgan Stanley tenha colocado o dono da rede social no mesmo grupo de gênios empreendedores de Steve Jobs, caso o fundador da Apple estivesse vivo, possivelmente não estaria tão contente em estar ao lado de Musk.
Isso porque, em publicações recentes no Twitter, o novo chefe da rede social questionou se a gigante de eletrônicos “odeia a liberdade de expressão” por cobrar uma taxa sobre os aplicativos listados na Apple Store.
A briga pública com a Apple seria mais uma etapa do plano de Musk para reduzir os custos do Twitter, forçando uma renegociação das taxas pagas pela rede social para que o aplicativo esteja disponível em lojas digitais.