Briga comercial entre EUA e China favorece Brasil, avalia economista
A redução do PIB chinês e americano frente à disputa comercial estão entre os parâmetros que devem levar o Brasil ao cento da disputa
atualizado
Compartilhar notícia
A ameaça do Presidente Donald Trump de impor tarifas adicionais de 10% sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses e as táticas de contra-ataque da China devem fortalecer a relação comercial do Brasil com os dois países. Há cenário ideal para internacionalização de empresas brasileiras para os EUA.
Em 2018 o cenário comercial das duas maiores potências econômicas mundiais – Estados Unidos e China – passa por um momento relevante de mudanças. Muito além da especulação de redução do PIB Chinês e americano frente à disputa comercial, estão os parâmetros que devem levar o Brasil ao centro dessa disputa. É o que avalia o economista Carlo Barbieri, que dirige há mais de 25 anos nos Estados Unidos a Consultoria de investimentos americana, Oxford Group.
O economista ainda pondera que a proximidade geográfica do Brasil com os Estados Unidos, a qualidade dos produtos e a força de trabalho brasileiros são pontos favoráveis que devem conferir ao país a posição central na avaliação comercial americana. “Os Estados Unidos estão fortalecendo laços comerciais neste momento. O Brasil pode e deve aproveitar essa chance para consolidar ainda mais a relação com os EUA”, avalia o economista ponderando que não há melhor momento para investimentos brasileiros nos EUA.
Força internacional
Segundo analisado pela consultoria Oxford Group, do ponto de vista econômico, os EUA tem se tornado o desejo e destino de empresas da maior parte do mundo, por sua segurança jurídica, a forca de sua moeda e a estabilidade de suas instituições: ou seja, a base ideal para internacionalização de empresas. Barbieri afirma que os EUA têm demostrado força internacional e voltou a ser um baluarte mundial ao defenestrar o ISIS do Iraque e impulsionar a desmilitarização da Coreia do Norte.
“O atual governo, do ponto de vista econômico, tem implementado uma profunda desregulamentação, para agilizar a economia e tirar custos desnecessários e retardadores do progresso. Com a confiança do mercado, valorizou a poupança do americano e nos que investem nos EUA. Mais de $7 trilhões foram acrescidos ao valor das inversões nas bolsas de valores. A taxa de crescimento tem sido o dobro da obtida, em média, nos últimos 8 anos”
Carlo Barbieri, economista
Investimentos em alta
Segundo o especialista, os EUA estão atraindo milhares de matrizes de suas empresas de volta para o país e muitos outros empreendedores estão visualizando a possibilidade de instalarem suas bases de operações mundiais a partir do paí norte-americano. Ele destaca duas razões: impostos baixos para as empresas (caíram de 35% para 21%) e a insegurança pessoal, jurídica e institucional, além da precária capacidade de recuperarão econômica do Brasil.
“Há uma mudança do conceito aqui nos Estados Unidos, em que passa a taxação americana a ser territorial e não mundial para as empresas que operam em outros países, o que faz com que, na prática, em especial nos países com tratados tributários, os lucros obtidos em outros países não são taxados ao serem trazidos para os EUA. A transferência das sedes de empresas está sendo galopante”, afirma Barbieri.