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Brexit é obstáculo à recuperação da zona do euro, diz Draghi

Segundo o presidente do Banco Central Europeu, a saída do Reino Unido da União Europeia e outras incertezas geopolíticas são principais barreiras da zona do euro

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1 de 1 Mario_Draghi_-_World_Economic_Forum_Annual_Meeting_2012 - Foto: Monika Flueckiger/World Economic Forum

A zona do euro e os mercados financeiros conseguiram resistir razoavelmente bem às incertezas criadas pela decisão do Reino Unido de votar por sua saída da União Europeia, no plebiscito do mês passado, afirmou nesta quinta-feira (21/7) o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, no discurso introdutório da coletiva de imprensa sobre a reunião de política monetária do BCE.

Mais cedo, o BCE decidiu manter suas principais taxas de juros inalteradas e sinalizou que as compras mensais de 80 bilhões de euros em ativos, que fazem parte de seu programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês), vão continuar até março de 2017 ou além desse período, se necessário.

O BCE avalia que os obstáculos à recuperação econômica do BCE incluem a vitória do chamado Brexit e outras incertezas geopolíticas, assim como o crescimento contido dos mercados emergentes, os ajustes de balanço que precisam ser feitos numa série de setores e o lento ritmo de implementação das reformas estruturais, segundo Draghi.

“Neste contexto, os riscos à perspectiva de crescimento da zona do euro continuam inclinados para baixo”, disse o chefe do BCE.

Por outro lado, Draghi notou que as condições financeiras continuam amplamente favoráveis, o que contribui para a criação de crédito. “Elas (as condições) apoiam nosso cenário básico de uma recuperação econômica em andamento e aumento nas taxas de inflação,” disse.

Draghi reiterou a previsão de que a inflação na zona do euro continuará em níveis bem reduzidos nos próximos meses, mas deverá ganhar força em 2017 e 2018, e a leitura de que o crescimento tem sido sustentado pela demanda doméstica. Para ele, o Brexit parece não ter tido grande impacto na perspectiva de inflação e é preciso considerar os possíveis efeitos do rompimento do Reino Unido com a UE de forma cautelosa.

De acordo com Draghi, o BCE não dispunha de informações suficientes para tomar decisões sobre novas medidas de estímulos hoje, mas estará em melhores condições de reavaliar sua postura nos próximos meses. Ele voltou a garantir, no entanto, que o BCE usará todos os instrumentos de que dispõe, se preciso.

Draghi avaliou ainda que as medidas que o BCE vem implementando desde junho de 2014 melhoraram significativamente as condições de crédito, mas ressaltou que a implementação de reformas estruturais precisa ser intensificada. A postura fiscal da zona do euro, acrescentou ele, deverá ser levemente expansionista em 2016.

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