Bolsas da Europa caem após divulgação de dados da zona do euro
Mercado aguarda a próxima reunião do Banco Central Europeu, no dia 15, que definirá a nova taxa básica de juros da economia
atualizado
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Os índices das principais Bolsas de Valores europeias fecharam em queda nesta segunda-feira (5/12), após a divulgação de dados econômicos da zona do euro.
O Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) da zona do euro ficou abaixo dos 50 pontos pelo quinto mês consecutivo, o que indica retração. Em novembro, o PMI do bloco ficou em 47,8 pontos.
O índice Stoxx Europe 600 encerrou o dia em queda de 0,4%, aos 441,48 pontos. O DAX, de Frankfurt, recuou 0,56% (14.447 pontos), enquanto o CAC 40, de Paris, teve perdas de 0,67% (6,6 mil pontos).
O índice FTSE 100, de Londres, por sua vez, avançou 0,15%, aos 7,5 mil pontos.
Mercado espera decisão sobre juros
O mercado aguarda a próxima reunião do Banco Central Europeu (BCE), programada para o dia 15 de dezembro, que definirá a nova taxa básica de juros da economia.
Segundo projeções do banco suíço UBS, os juros devem subir 0,5 ponto percentual.
Atualmente, a taxa de empréstimo, a taxa de refinanciamento e a taxa de depósito estão em 2%, 2,25% e 1,50%, respectivamente.
Às 14 horas (horário de Brasília), o euro registrava queda de 0,5%, cotado a US$ 1,049. O índice DXY, que mede o peso do dólar frente a seis moedas de mercados desenvolvidos, avançava 0,72%, aos 105,2 pontos.
Inflação
A inflação anual na zona do euro em novembro deve perder força em relação a outubro, segundo dados preliminares divulgados na semana passada pelo Eurostat, o escritório de estatísticas da União Europeia (UE).
A prévia do indicador, no acumulado de 12 meses, ficou em 10% neste mês, abaixo dos 10,6% registrados em outubro.
Já na base de comparação mensal, a variação é menor, com projeção de queda de 0,1%.
O dado veio abaixo da estimativa do consenso Refinitiv, que projetava uma taxa de inflação anualizada de 10,4%.
Importância para o Brasil
A economia da Europa interessa muito ao Brasil, principalmente após o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia firmado em 2019, depois de mais de 20 anos de negociações.
O acordo comercial com a UE deve constituir uma das maiores áreas de livre comércio do mundo, integrando um mercado de 780 milhões de habitantes.
Segundo projeções da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o acordo deve levar a um incremento de US$ 87,5 bilhões ao PIB brasileiro em 15 anos. O aumento de investimentos no país pode ser de US$ 113 bilhões no mesmo período.
Até 2035, o governo brasileiro estima que as exportações do país para a UE aumentarão em quase US$ 100 bilhões.
O acordo Mercosul-UE ainda precisa passar por um processo de ratificação em dezenas de parlamentos nacionais e regionais da Europa, o que está em andamento em ritmo lento.
A Comissão Europeia anunciou na semana passada que pode agilizar o processo, dividindo a análise do acordo comercial em várias etapas – comercial, cooperação e questões políticas e de segurança –, para que os principais compromissos comerciais estabelecidos entre os dois blocos já comecem a vigorar.