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Bolsas da Ásia e Europa caem após colapso dos preços do petróleo

Dólar também ganha força frente às demais divisas em movimento de proteção de capital por parte do investidor

atualizado

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Sem atividade de mercado financeiro nesta terça-feira (21/04), em virtude do feriado de Tiradentes, os analistas monitoram a movimentação dos ativos no exterior, um dia após o derretimento dos preços de petróleo no cenário internacional.

Nessa segunda-feira (20/04), pela primeira vez na história, o preço do petróleo negociado nos Estados Unidos fechou com valor negativo, refletindo a forte contração da atividade econômica e o excesso de estoques do produto provocado pela pandemia do novo coronavírus. Os contratos para entrega em maio do óleo tipo WTI — referência no mercado americano — desabaram 305,9% na Bolsa de Nova York e fecharam cotados a US$ 37,63 negativos.

Nesta terça, as bolsa asiáticas fecharam em baixa, influenciadas justamente pelo desempenho negativo dos contratos de petróleo. A bolsa de Xangai registrou queda de 0,90%. Em Tóquio, Tóquio, o índice Nikkei fechou em baixa de 1,97%. E em Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 2,20%.

Na Europa, os mercados também estão mal humorados. Todas as bolsas operam no terreno negativo na manhã desta terça-feira. Por volta das 8h40 de Brasília, o índice intercontinental Stoxx-600 recuava 2,02%, a 328,91 pontos, com destaque para o setor de petróleo e gás (-4,24%). O movimento de baixas é generalizado e os demais também estão no vermelho.

Além disso, no mercado cambial, as moedas europeias caem em relação ao dólar após a divulgação de dados sobre a incidência da Covid-19 sobre a atividade econômica.

Empresas

Ainda nesta terça-feira, algumas empresas devem mostrar o impacto que sofreram com o início da disseminação da Covid-19. A francesa Peugeot Citroen vai divulgar seu balanço sobre o primeiro trimestre ao longo do dia. Mais cedo, a americana Coca-Cola disse que a demanda pelo produto caiu 25% em abril em meio ao surto da doença.

Os preços internacionais do açúcar negociados nos Estados Unidos e no Reino Unido, onde está a sede da Organização Internacional do Açúcar (OIA), estão pressionados com mais essa informação sobre a queda do consumo.

Dados britânicos apontaram uma desaceleração do número total de empregados de 1,1% em fevereiro para 0,8% em março, o que também foi interpretado como um dos sinais do impacto do coronavírus sobre a economia do país. Mais cedo, o Escritório de Estatísticas Nacionais (ONS, na sigla em inglês) considerou que o número de mortes ligadas à Covid-19 no Reino Unido pode ser mais de 41% maior do que o conhecido até o momento.

Também foi publicado nesta terça o índice ZEW de expectativas econômicas na zona do euro, que subiu de -49,5 em março para +25,2 em abril. A avaliação da atual situação da economia, porém, recuou de -48,5 em março para -93,9 em abril, em meio à pandemia. Na Alemanha, o mesmo indicador aumentou de -49,5 em março para +28,2 em abril, enquanto índice das condições atuais na maior economia da Europa registrou queda de -43,1 em março para -91,5 em abril.

Ásia

Na China, a Bolsa de Xangai registrou queda de 0,9%, a 2.827,01 pontos, e a de Shenzhen, de menor abrangência, recuou 0,82%, para 1.834,82 pontos. Mesmo com o país começando a retomar a atividade, analistas ainda estão cautelosos sobre esse processo e o Nomura projetou nessa segunda que o Produto Interno Bruto (PIB) chinês recue 0,5% no segundo trimestre, com recuperação mais lenta do que o previsto.

Na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei fechou em baixa de 1,97%, em 19.280,78 pontos. Recuos das companhias eletrônicas foram maiores do que os avanços em alguns papéis do setor de alimentos. TDK caiu 4,4% e Olympus, 4,6%, enquanto a fabricante de chocolates Meiji Holdings subiu 2,4% e Suntory Beverage & Food teve alta de 1,9%. Manchetes relacionadas ao coronavírus e à queda no petróleo estiveram em destaque também no Japão.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 2,2%, para 23.793,55 pontos, com a queda no mercado acionário em Nova York e no petróleo assustando investidores locais. Sino Biopharmaceutical, fabricante de medicamentos para o câncer na China, teve o pior desempenho, em baixa de 7,9%, após revelar um plano para vender ações com um desconto.

Na Coreia do Sul, o índice Kospi fechou em baixa de 1%, em 1.879,38 pontos, puxada por quedas nas ações ligadas ao transporte marítimo e aos setores automotivo e de tecnologia. A Kiwoom Securities destacou o fato de que a forte baixa no petróleo deixou investidores na defensiva. Outro motivo foi uma queda forte nas exportações coreanas nas primeiras semanas de abril, com a pandemia da Covid-19. Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering caiu 4,9%, Hyundai Mipo Dockyard cedeu 4,4% e Hyundai Motor, 4,2%.

Em Taiwan, o índice Taiex registrou queda de 2,82%, para 10.288,42 pontos.

Na Oceania, o índice ASX/S&P 200 teve baixa de 2,46%, a 5.221,30 pontos, na Bolsa de Sydney. Nesta terça, o presidente do Banco Central da Austrália, Philip Lowe, afirmou que o impacto da pandemia de coronavírus para a economia de seu país é o maior desde a Grande Depressão, mas disse também estar otimista quanto às chances de uma recuperação dentro de três ou quatro meses.

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