BC dos EUA corta juros em resposta aos impactos do coronavírus
Maiores bancos centrais do mundo anunciaram ação conjunta para dar liquidez em dólar ao mercado
atualizado
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O Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) cortou os juros para a faixa de 0 a 0,25% em uma reunião extraordinária neste domingo, 15. A decisão foi tomada por 9 votos a 1. As consequências econômicas da pandemia de coronavírus foram apontadas como justificativa para a decisão.
“Os efeitos do coronavírus irão pesar na atividade econômica no curto prazo e representar riscos para as perspectivas econômicas”, diz a instituição. “O surto de coronavírus prejudicou comunidades e interrompeu a atividade econômica em muitos países, incluindo os Estados Unidos. As condições financeiras globais também foram significativamente afetadas. Os dados econômicos disponíveis mostram que a economia dos EUA entrou neste período desafiador em uma base sólida.”
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) disse que continuará monitorando as implicações das informações recebidas para as perspectivas econômicas, incluindo as relacionadas à saúde pública, desenvolvimentos globais e pressões inflacionárias.
A instituição se comprometeu ainda a usar suas ferramentas e atuar conforme apropriado para apoiar a economia.
“Ao determinar o momento e o tamanho dos ajustes futuros na orientação da política monetária, o Comitê avaliará as condições econômicas realizadas e esperadas em relação ao seu objetivo máximo de emprego e ao seu objetivo simétrico de 2% da inflação”, diz o comunicado.
O voto dissidente foi da presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester.
Ação coordenada
Ao lado do Fed, os maiores bancos centrais do mundo anunciaram uma ação conjunta e coordenada para dar liquidez em dólar ao mercado financeiro, por conta da pandemia do coronavírus. Em conjunto com o BC norte-americano, o Banco Central Europeu (BCE), o Banco do Canadá, o Banco do Japão e o Banco Nacional da Suíça divulgaram comunicado sobre a operação, que será feita por meio de um arranjo via programa de swaps.
Estes BCs concordaram em reduzir em 25 pontos-base o preço do programa de liquidez em dólar via swap, barateando os custos. Para aumentar a efetividade das linhas de swap, o comunicado conjunto informa que os bancos centrais estrangeiros que operam com linhas de liquidez em dólar também concordaram em participar deste esforço.
O novo preço do programa de swap e o prazo dos papéis vai permanecer a disposição do mercado financeiro até que seja necessário para dar liquidez e garantir o funcionamento dos mercados de financiamento em dólares, ressalta o comunicado.