Após surpresa com Copom, bolsa cai 3,37% e dólar fecha a R$ 3,70
Foi o maior recuo desde maio de 2017. No mercado de câmbio, interrupção da queda da Selic não segurou a moeda: maior alta desde 2016
atualizado
Compartilhar notícia
O mercado brasileiro de ações ingressou em um forte movimento de correção nesta quinta-feira (17/5) e terminou o dia aos 83.623,94 pontos, em queda de 3,37%. Foi o maior recuo porcentual desde 18 de maio do ano passado, quando veio à tona o caso JBS, com denúncias contra o presidente Michel Temer. Na ocasião, o Ibovespa caiu 8,80%.
No mercado de câmbio, a interrupção da queda da Selic não foi suficiente para conter o dólar, com o cenário externo definindo mais um dia de valorização da moeda americana – embora a movimentação continue acompanhando a tendência global.
O dólar à vista fechou cotado a R$ 3,6994, em alta de 0,65%, maior valor desde 16 de março de 2016, quando encerrou o dia a R$ 3,7426. Naquela data, a crise pré-impeachment da presidente Dilma Rousseff estava praticamente no auge, com a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil.Durante o dia, a divisa oscilou entre a mínima de R$ 3,6544 (-0,57%), após a abertura, e a máxima de R$ 3,7130 (+0,83%). O giro ficou em cerca de US$ 1,2 bilhão.
Bolsa
As perdas do dia foram generalizadas no mercado de ações, mas atingiram principalmente as blue chips, com destaque para Petrobras e bancos, que derreteram à tarde. Os negócios somaram R$ 17,2 bilhões, volume superior à média de maio (R$ 12,6 bilhões).
Analistas apontaram uma série de fatores para justificar tamanha reação dos investidores, desde uma realização de lucros mais forte até um aumento da aversão ao risco. Do ponto de vista da realização de lucros, a justificativa é que algumas ações estariam demasiadamente esticadas, como é o caso da Petrobras ON, a qual alcançava valorização superior a 25% somente em maio.