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Donetsk, polo separatista na Ucrânia, evacua civis para a Rússia

O líder separatista Denis Pushilin acusa Kiev de preparar uma invasão, depois que os confrontos aumentaram

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Bandeira da Ucrânia em monumento. Ao fundo vê-se o céu azul - Metrópoles
1 de 1 Bandeira da Ucrânia em monumento. Ao fundo vê-se o céu azul - Metrópoles - Foto: Getty Images

O líder da autoproclamada república separatista pró-Rússia de Donetsk, Denis Pushilin, em guerra com a Ucrânia há oito anos, anunciou o início de evacuação da população para o território russo.

A decisão foi divulgada em um vídeo publicado nesta sexta-feira (18/2), no Telegram, após Denis Pushilin acusar Kiev (foto em destaque) de preparar uma invasão, depois que os confrontos aumentaram.

“Uma partida maciça e centralizada da população para a Federação Russa foi organizada, antes de tudo, mulheres, crianças e idosos devem ser evacuados”, declarou o líder.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que pode desencadear um conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível guerra

Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

“O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, muito em breve dará ordem para partir para a ofensiva e lançará um plano para invadir as Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk”, disse ele, referindo-se aos dois territórios separatistas.

Os Estados Unidos e o Reino Unido acusam a Rússia de querer incitar a violência nesses territórios controlados por separatistas pró-Rússia para encontrar uma razão para invadir a Ucrânia, para cujas fronteiras foram enviados cerca de 150 mil soldados.

Denis Pushilin ressaltou que “as Forças Armadas da República Popular de Donetsk, tendo experiência em realizar combates, estão em situação de alerta de combate permanente, são capazes de proteger totalmente a população civil e infraestruturas. Mesmo assim, durante bombardeios das povoações da república pelo adversário, pode haver ameaças à vida e saúde dos nossos cidadãos”.

Um anúncio semelhante foi feito também pelo líder da República Popular de Lugansk, Leonid Pasechnik. Ele deu início à evacuação da população civil para a Rússia e encarregou as entidades responsáveis de assegurarem o processo.

Na quinta-feira (17/2), as repúblicas de Donbass declararam que a situação na linha de contato se agravou, e que Kiev ignora todos os compromissos atingidos anteriormente. Mesmo assim, a Ucrânia insiste que está inclinada a resolver o conflito por meios políticos e diplomáticos.

Entenda

A crise entre a Rússia e a Ucrânia tem atingido níveis de tensão que deixam o planeta atento ao que vem acontecendo no Leste Europeu. O imbróglio começou devido ao desejo ucraniano de entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos Estados Unidos, o que gerou insatisfação no governo russo.

Apesar das ameaças de invasão e da intensificação das atividades militares na fronteira, a Ucrânia reafirmou  a intenção de fazer parte do grupo que reúne 30 países.

Este é o momento mais tenso da disputa entre os dois países. A tensão teve início com a exigência do governo russo de que o Ocidente não aceite a adesão da Ucrânia à Otan.

Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existiam desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).

Na tentativa de evitar a invasão da Ucrânia, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ameaçou o presidente russo, Vladmir Putin, com “sanções severas”.

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