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Ditador norte-coreano diz estar pronto para guerra e promete crescimento econômico

Kim Jong Un culpou a Coreia do Sul pela fraca relação entre os dois países, mas o ditador disse que está disposto a manter novas conversações

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Chefiou, por dois anos, o Departamento militar do país
1 de 1 Chefiou, por dois anos, o Departamento militar do país - Foto: Reprodução

O ditador norte-coreano Kim Jong Un indicou em um discurso de Ano Novo que ele continua pronto para um confronto militar contra outras nações, ao mesmo tempo em que busca impulsionar a economia através da gestão do Estado. Kim também culpou a Coreia do Sul pela fraca relação entre os dois países, mas o ditador disse que está disposto a manter novas conversações.

O discurso do líder norte-coreano é observado de perto a cada ano na busca por sinais sobre novas orientações políticas. Contudo, as falas se mantiveram praticamente inalteradas desde o seu primeiro discurso anual em 2013. O discurso deste ano não continha nenhuma referência específica ao programa de armas nucleares de Pyongyang, mas Kim disse que o país deve “desenvolver meios mais variados de ataques militares”.

Os esforços da Coreia do Norte para melhorar suas forças armadas ao longo do ano passado incluíram testes de mísseis lançados por submarinos, assim como a expansão da plataforma no seu principal local de lançamento de mísseis em terra.

O discurso televisionado de 30 minutos mostrou Kim em seu familiar terno preto, lendo o discurso. O uso de óculos deu a Kim uma maior semelhança com seu avô e primeiro governante da Coreia do Norte, Kim Il Sung, que ainda é amplamente respeitado por muitos norte-coreanos. Muitos especialistas dizem que Kim ten modelado a aparência a de seu avô, o que inclui o penteado.

Liderança
O discurso incluiu a típica retórica explosiva amplamente vista pelos especialistas como uma tentativa de perpetuar uma mentalidade de cerco entre os norte-coreanos de modo a reforçar o apoio à liderança. “Se agressores e provocadores nos tocarem, mesmo que ligeiramente, não hesitaremos em responder com uma guerra sagrada impiedosa pela justiça e pela reunificação nacional”, disse Kim.

O discurso também continha uma forte ênfase no desenvolvimento econômico. Pela primeira vez, o programa de televisão trouxe imagens estáticas de projetos como barragens, usinas siderúrgicas e minas. Depois de tomar o poder no final de 2012, Kim introduziu uma política conhecida como a “linha byungjin”, que define prioridades políticas de desenvolvimento de armas nucleares e econômicas.

Especialistas têm observado de perto para ver se Kim deve abrir a economia de forma semelhante ao processo de reforma da China a partir de final de 1970, para impulsionar o crescimento. Desertores e acadêmicos têm relatado algumas experiências modestas na reforma agrícola e industrial, mas o discurso de Kim não deu nenhuma indicação de que o Estado estava disposto a recuar ainda mais a partir de controles políticos rígidos sobre a atividade econômica.

Coreia do Sul
A morte no início desta semana do homem de ligação de Pyongyang com Seul levou especulações de que Kim poderia sinalizar uma política intercoreana mais dura, mas o ditador disse que queria retomar as negociações paralisadas. Os dois lados devem “fazer esforços continuados para buscar o diálogo e não tomar qualquer outro passo para trás”, disse ele.

Na sequência de um impasse em agosto, as duas Coreias concordaram em manter um diálogo de alto nível mas as negociações estão paralisadas devido a prioridades diferentes detidas por cada um dos lados.

Em seu próprio discurso de Ano Novo, a presidente sul-coreana, Park Geun-hye, disse que a porta para o diálogo intercoreano continua em aberta. Os observadores da Coreia do Norte estão acompanhando de perto um congresso do partido no poder, previsto para maio, o primeiro desde 1980, para mais indicações sobre o curso da política de Kim.

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