1 de 1 presidentes Aleksandr Lukashenko, de Belarus, e Vladimir Putin, da Rússia
- Foto: Mikhail Klimentyev\TASS via Getty Images
Belarus anunciou que enviará tropas de operações especiais para três áreas de fronteira com a Ucrânia. Segundo o país, essa é uma resposta à “ameaça crescente” dos Estados Unidos e de seus aliados.
O ditador bielorrusso, Alexander Lukashenko, afirmou que o líder russo, Vladimir Putin, concordou em ajudar o país a produzir mísseis.
Nesta terça-feira (10/5), o chefe do Estado-Maior da Bielorrússia, Viktor Gulevich, acusou os Estados Unidos e seus aliados de aumentarem a presença militar nas fronteiras da Bielorrússia.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
Elena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
“A presença dessa força mais que dobrou nos últimos seis meses. Testemunhamos uma crescente ameaça à República da Bielorrússia”, pontuou.
A Bielorrússia também está implantando unidades de defesa aérea, artilharia e mísseis para exercícios no oeste do país.
Lukashenko, segundo informações da agência de notícias estatal Belta, defende a importância de ter tropas com armas e suprimentos modernos e altamente eficazes.
Ele disse que o exército bielorrusso está pronto para o combate e será capaz de “infligir danos inaceitáveis ao inimigo” em caso de agressão externa.
“Não estou insinuando nada, mas quero que todos entendam o alcance das armas que temos”, salientou.
O território de Belarus foi usado pela Rússia como um dos pontos de partida para o início da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro. Também serviu, sem sucesso, como ponto de encontro para negociações de cessar-fogo entre Kiev e Moscou.
A guerra chega nesta terça ao 76º dia. Rússia e Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), entidade militar liderada pelos Estados Unidos.
Na prática, Moscou vê essa possibilidade como uma ameaça à sua segurança. Sob essa alegação, invadiu o país liderado por Volodymyr Zelensky.
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