Quase 4 mil imigrantes morreram no Mediterrâneo em 2016
O número já é muito superior ao registrado durante todos os 12 meses do ano passado, quando 3.777 pessoas perderam a vida nas rotas marítimas
atualizado
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A Organização Internacional para as Migrações (OIM) informou nesta sexta-feira (28/10) que 3.930 imigrantes morreram durante a travessia do Mar Mediterrâneo em 2016. O número já é muito superior ao registrado durante todos os 12 meses do ano passado, quando 3.777 pessoas perderam a vida nas rotas marítimas.
“Como há muitas buscas e missões de salvamento em andamento, a estimativa mínima de 3.930 mortes de imigrantes até agora deve subir nos próximos dias, quando mais informações emergirem”, informou a OIM em nota.
Os dados da instituição indicam que 13 pessoas morrem por dia na região e que os corpos de cerca de 60% não são recuperados. Os números incluem as estatísticas do último fim de semana, quando 280 perderam a vida ou desapareceram na travessia, e os 97 deslocados vítimas de um naufrágio nessa quinta-feira (27) na costa da Líbia.
O relatório da OIM confirma as estimativas da Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) de que o ano de 2016, mesmo a dois meses do fim, já é o que registra maior número de mortes na história do Mediterrâneo. Apesar da divergência nos números, a Acnur aponta 3,8 mil mortos, todos os índices mostram mais mortes do que em 2014 – quando mais de um milhão de pessoas chegou à Europa pelas rotas marítimas.
A OIM informou ainda que 332.046 pessoas já chegaram à Europa até esta quinta-feira, sendo que 169.524 foram para a Grécia e 157.049 para a Itália. Segundo dados do Ministério do Interior da Itália, o número de deslocados que chegou ao país é 12% superior ao registrado no ano passado.
Após o fechamento das fronteiras para os imigrantes que iam pela rota marítima até a Grécia, a Itália voltou a registrar forte fluxo de estrangeiros. A rota até o país, no entanto, é considerada a mais mortal do mundo.