Putin diz que apoia investigação sobre tortura a gays na Chechênia
Presidente da Rússia vai pedir às autoridades que investiguem “rumores” de abusos e assassinatos de homossexuais na república do Cáucaso
atualizado
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta sexta-feira (5/06) que apoiará uma investigação sobre as denúncias de torturas e assassinatos de homossexuais na república russa da Chechênia, dias após a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, lhe pedir durante uma visita oficial que interviesse no caso.
Putin disse que pedirá pessoalmente ao procurador-geral do país e ao ministro do Interior para que cooperem com a ouvidora de Direitos Humanos, Tatyana Moskalkova, numa investigação sobre as denúncias de brutalidades cometidas contra os homossexuais no país que integra a Federação Russa.
Em abril, o jornal russo de oposição Novaya Gazeta relatou que a polícia chechena teria detido e torturado mais de cem homens por suspeita de serem homossexuais, gerando protestos em todo o mundo sobre a situação dos direitos humanos nessa república de maioria muçulmana.O jornal denunciou ainda que as autoridades teriam pedido às famílias dos gays que realizassem os chamados “homicídios de honra”. Segundo a reportagem, ao menos dois homossexuais foram assassinados por familiares e outro morreu sob tortura. Relatos na imprensa davam conta de que muitos homens gays fugiram da região para outras partes da Rússia.
O presidente disse aceitar que a ouvidora investigue “rumores, por assim dizer, sobre o que está acontecendo no norte do Cáucaso com pessoas de orientação não tradicional”.
Moskalkova havia adotado inicialmente a argumentação oficial de que não havia queixas de vítimas. Nesta sexta-feira, entretanto, ela afirmou que deveria haver meios mais eficientes para as pessoas relatarem abusos ao deixarem a Chechênia.