Projeto de lei que criminaliza o casamento infantil é reprovado no Paquistão por ser “anti-islâmico”
A lei islâmica autoriza mulheres que já alcançaram a puberdade a se casarem.
atualizado
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Um projeto de lei que visava proteger crianças no Paquistão contra o casamento forçado foi derrubado nesta quinta-feira (15/1) porque contrariava os ensinamentos do Alcorão, o livro sagrado do Islã. O projeto tinha como objetivo impor uma pena rigorosa para adultos que se casassem com meninas com menos de 16 anos.
Matrimônios desta natureza prevalecem nas áreas rurais do Paquistão, na maioria das vezes incitados pelos pais. De acordo com o UNICEF, 21% dos paquistaneses se casam antes dos 18 anos e 3%, antes dos 15.
A lei islâmica, ou sharia, prevalece nas cortes do país. O Conselho de Ideologia Islâmica, que decide se projetos de lei se alinham ou não aos textos do Alcorão, rejeitou a proposta em voto unânime, citando “razões puramente religiosas”. Segundo o presidente do conselho, Mohammad Khan Sheerani, o Alcorão autoriza mulheres que já alcançaram a puberdade a se casarem.