Papa pede que Europa receba melhor imigrantes e refugiados
O bloco europeu adotou recentemente uma postura mais dura em relação aos imigrantes, determinando a deportação dos que chegam à Grécia de volta para a Turquia
atualizado
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O papa Francisco pediu nesta sexta-feira (6/5) que a Europa adote políticas mais amigáveis em relação aos imigrantes e lamentou o que qualificou como declínio no espírito de união do continente. As declarações mantiveram a pressão sobre a União Europeia, em uma cerimônia com a presença de vários importantes líderes europeus.
Francisco recebeu um prêmio em reconhecimento por suas contribuições para a integração europeia. O pontífice aproveitou a oportunidade para reiterar as fortes críticas à política da UE para os imigrantes e refugiados. O bloco adotou recentemente uma postura mais dura em relação aos imigrantes, determinando a deportação dos que chegam à Grécia de volta para a Turquia.
“Eu sonho com uma Europa onde ser um imigrante não é um crime, mas uma incitação a mais compromissos em nome da dignidade de cada ser humano”, disse o papa. As declarações são dadas em um momento crucial para a UE, que enfrenta a possibilidade de que o Reino Unido deixe o bloco, a depender do resultado de uma votação do país no próximo mês.
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o premiê da Itália, Matteo Renzi, participaram da cerimônia do Prêmio Charlemagne, no Palácio Apostólico do Vaticano. A UE foi representada por Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu, por Jean-Claude Junker, presidente da Comissão Europeia, e pelo ex-premiê polonês Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu.
O papa elogiou a UE como um “bastião da paz” surgido após a Segunda Guerra, mas disse que o desejo de criar unidade parece estar perdendo força, com interesses egoístas e a colocação de cercas. O pontífice notou que há preocupações na Europa sobre a integração de milhões de pessoas. Segundo ele, porém, a identidade do continente é “dinâmica e multicultural”.
O Prêmio Charlemagne é anunciado na maior parte dos anos desde 1950 por um comitê em Aachen, na Alemanha, para celebrar algum “trabalho excepcional realizado a serviço da unidade europeia”. O papa foi anunciado em dezembro como vencedor, por sua mensagem de “amor e encorajamento”.