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ONU: número de refugiados e deslocados no mundo chega a 68,5 milhões

Movimentos foram causados principalmente pela crise na República Democrática do Congo e a guerra no Sudão do Sul

atualizado

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1 de 1 refugiados - Foto: H.amara/Reuters/DW

O número de refugiados e deslocados internos no mundo em consequência de conflitos chegou a um novo recorde em 2017, pelo quinto ano consecutivo, de 68,5 milhões de pessoas, anunciou a Organização das Nações Unidas nesta terça-feira (19/6).

A crise na República Democrática do Congo, a guerra no Sudão do Sul e a fuga de milhares de refugiados rohingyas de Mianmar para Bangladesh causaram um aumento no número de deslocamentos forçados a um nível recorde em 2017, destaca o relatório anual da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

De acordo com os dados da agência, o aumento registrado (3,1 milhões de pessoas) supera com folga a alta de 2016 (300 mil) e é explicada pelo forte crescimento do número de refugiados.

Segundo os números da Acnur, 1 a cada 110 pessoas no mundo é um deslocado. “Estamos em um ponto de inflexão e para que a gestão dos deslocamentos forçados no mundo tenha êxito é necessário um enfoque muito mais integral, que não deixe apenas nas mãos dos países e das comunidades estas iniciativas”, afirmou o Alto Comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi.

De acordo com a Acnur, as pessoas que saíram de seus países para fugir dos conflitos e da perseguição representam 25,4 milhões das 68,5 milhões de pessoas, ou seja, o mais alto já registrado e 2,9 milhões de refugiados a mais que em 2016.

Os venezuelanos se tornaram a quarta nacionalidade com mais pedidos de asilo apresentados em 2017, com 111,6 mil solicitações, contra 34,2 mil em 2016. Os países que mais receberam demandas de asilo de venezuelanos foram Peru, EUA, Brasil e Espanha.

De forma paralela, o número de solicitantes de asilo que ainda aguardavam para obter o status de refugiado no fim de 2017 em todo o mundo registrou alta de 300 mil pessoas, a 3,1 milhões de indivíduos. E os deslocados internos chegaram a quase 40 milhões, o que representa uma pequena redução em comparação com o ano anterior.

Refugiados internos
A Síria continua sendo o país com o maior número de deslocados internos, seguido por Colômbia, República Democrática do Congo e Afeganistão.

No que diz respeito aos refugiados, pouco mais de 20% do total são palestinos. Os demais são oriundos principalmente de cinco países: Síria, Afeganistão, Sudão do Sul, Mianmar e Somália.

O número de países que recebem grandes quantidades de refugiados também é reduzido. A Turquia continua sendo o primeiro país de recepção de refugiados em termos absolutos, com uma população de 3,5 milhões de pessoas, principalmente sírios, enquanto o Líbano abriga o maior número de refugiados em relação ao tamanho de sua população nacional.

O relatório também mostra que a percepção dos deslocamentos forçados está em “flagrante contradição com a realidade”. A Acnur denuncia “a ideia de que as pessoas desarraigadas em todo o mundo se encontram principalmente em países do hemisfério norte”, quando os dados mostram que 85% dos refugiados vivem em países em desenvolvimento.

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