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Milhares na Alemanha protestam contra e a favor de migrantes

Segundo a imprensa alemã, entre 15 mil e 20 mil pessoas se juntaram à marcha do movimento anti-imigração Pegida

atualizado

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Áustria e países vizinhos aumentam controles na fronteira em resposta à Alemanha
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Na noite desta segunda-feira (19), as ruas de Dresden, no Leste da Alemanha, foram, mais uma vez, palco de protestos contra migrantes e refugiados, sobretudo muçulmanos. Segundo a imprensa alemã, entre 15 mil e 20 mil pessoas se juntaram à marcha do movimento anti-imigração Pegida, que marcou 1 ano do surgimento do grupo.

“Dinheiro para nossas crianças em vez de dinheiro para refugiados”, “Nós nos mantemos alemães” e “Merkel tem que sair!” foram alguns dos dizeres em faixas e cartazes carregados por simpatizantes do Pegida, que significa “Europeus Patrióticos contra a Islamização do Ocidente”. Alguns cartazes mostravam também mulheres de burca e um grande “X” vermelho sobre a foto.

A primeira marcha do movimento ocorreu em Dresden em 19 de Outubro de 2014, uma segunda-feira, dia da semana escolhido para as manifestações. Dresden é uma das principais cidades do Leste da Alemanha, região do país onde a concentração de imigrantes é menor e onde acontecem mais atos de xenofobia.

Com cada vez mais apoiadores, o Pegida chegou a outras cidades da Alemanha, como Colônia, no Oeste, e também a outros países, como a França. Em janeiro deste ano, o movimento chegou a reunir 25 mil pessoas, mas divisões e polêmicas em torno do fundador, Lutz Bachmann, fizeram com que o Pegida perdesse força nos meses seguintes.

Porém, a crise de refugiados e a abertura do governo alemão aos solicitantes de asilo voltaram a atrair milhares para as marchas anti-imigração, baseados no medo de que o novo fluxo de pessoas ameace o bem-estar no país e na Europa. “O Pegida não é xenófobo, nós simplesmente chamamos a atenção para muitos problemas que a Alemanha está enfrentando”, disse Ester Seitz, uma das participantes da marcha. O país espera, pelo menos, 800 mil pedidos de refúgio até o final deste ano.

“Coração em vez de ódio”
Do outro lado, entre 10 mil e 15 mil pessoas reuniram-se para marchar contra o aniversário do Pegida. Algumas das faixas diziam “Chega! Coração em vez de ódio”, “Pegida: perverso, nojento, tóxico, irracional, estúpido, ridículo” e “Todos os partidos e organizações fascistas devem ser banidos”.

As demonstrações de apoio aos refugiados são maioria entre os alemães, mas o crescente número de atos de xenofobia e a insistência de movimentos de extrema-direita têm preocupado cada vez mais as autoridades e causado revolta. “É absurdo que um grupo pequeno de pessoas consiga chamar tanta atenção e dar à Dresden a reputação de cidade nazista, mas eu estou feliz em ver as pessoas reunidas aqui hoje. Finalmente, as pessoas acordaram”, disse a manifestante anti-Pegida Renate Beckert.

O ministro do Interior da Alemanha, Thomaz de Maiziere, também condenou o movimento Pegida e fez um apelo: “fiquem longe das pessoas que estão injetando esse ódio, esse veneno em nosso país”.

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