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Hungria toma medidas radicais para deter refugiados

Além de cerca de arame farpado na fronteira, governo húngaro estabelece até três anos de prisão para imigrantes ilegais, a partir de terça (15/9)

atualizado

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EPA/Valdrin Xhemaj/Agência Lusa
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Grupos trabalham sem parar para completar um dos mais observados projetos de construção da Europa central: uma cerca de 3,5m de altura feita de fios de arame farpado que vai se estender pelos mais de 170 quilômetros da fronteira da Hungria com a Sérvia.

A cerca – junto com um processo judicial que torna a travessia ilegal um crime – são peças centrais de um controverso plano do governo húngaro para conter o fluxo de refugiados que entram no país. Depois de semanas de caos, o primeiro-ministro Viktor Orbán disse nos últimos dias que “o período de tolerância acabou” para os refugiados. Referia-se às multidões que estão fugindo de países tomados pela guerra no Oriente Médio.

O governo anunciou o deslocamento de tropas para as fronteiras do sul do país como forma de garantir o cumprimento de uma série de medidas. Entre elas está a prisão por até três anos para imigrantes ilegais, o que começa a valer em 15 de setembro.

Com a fronteira em intensa atividade neste fim de semana, muitos estavam confusos. Veículos militares se moviam pela fronteira e ninguém sabia se essa presença afetaria o trabalho de policiais que já estavam no local.

Mar de tendas e de lama
Trabalhadores de agências humanitárias também estão indo em direção ao sul dizendo que não têm certeza sobre o que o governo deseja fazer. Os refugiados continuam a atravessar a fronteira entrando na Hungria.

Em um campo cheio de lama ao lado de trilhos de trem, diversos refugiados se reuniam num mar de tendas. O fluxo de imigrantes aumentou durante o fim de semana e, até a tarde deste domingo (13/9), o acampamento improvisado tinha chegado ao seu limite.

Pilhas de lixo estavam não muito longe de pilhas de cobertores, sapatos e outras doações. Trabalhadores humanitários disseram que pelo menos alguns dos refugiados queriam atravessar a fronteira correndo antes da mudança da lei em 15 de setembro.

“Há uma semana essa área toda tinha apenas uma barraca com voluntários húngaros”, disse o porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Erno Simon.

O número de pessoas cruzando a fronteira da Hungria ilegalmente totalizou 5,9 mil entre o começo do dia de sábado (12/9) e a manhã de domingo no país, segundo informações da polícia. Com isso, o total neste ano já é de 187 mil contra 42 mil em todo o ano passado.

Autoridades húngaras alegam estar apenas reagindo da melhor forma que podem diante da situação. Orban disse que grande parte da culpa é da Alemanha, por ter adotado políticas que, na opinião dele, encorajam demais os refugiados.

Fonte: Dow Jones Newswires

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