Holanda permite eutanásia para vítima de abuso sexual
A mulher sofria de estresse pós traumático, anorexia severa, depressão crônica e alucinações, consequências de dez anos de estupros. De acordo com os médicos, ela era “totalmente competente” para decidir seu destino
atualizado
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Uma decisão polêmica na Holanda vem chocando o resto do mundo. Uma mulher de 20 anos teve direito a eutanásia por causa de transtornos psicológicos causados por abusos sexuais. Ela foi estuprada entre os 5 e os 15 anos e sofria estresse pós traumático, anorexia severa, depressão crônica e alucinações. As informações são do jornal O Globo.
A jovem morreu no ano passado após uma dose de injeção letal, mas o caso veio a público somente na última quarta-feira (11/5) com a declaração da Comissão de Eutanásia da Holanda, que permitiu o procedimento. A instituição afirmou que houve um alto nível de acompanhamento médico e que a mulher havia passado por três avaliações antes de obter a autorização.
Apesar de afirmar que houve melhoras do estado mental da moça por meio de terapia intensiva, os médicos da Comissão afirmaram que suas múltiplas doenças eram incuráveis e que ela estava bem consciente de sua escolha e “totalmente competente” para decidir seu destino.
O ato causou polêmica pelo mundo. Em entrevista ao jornal britânico The Independent, o parlamentar Robert Flello afirmou que “um procedimento desses quase manda a mensagem que se você é vítima de abuso, e consequentemente fica com problemas mentais, será morta. Você está sendo punida com a morte por ser uma vítima”.
O grupo de pessoas com deficiência “Vozes distantes” também vê problemas na liberação dos médicos para a eutanásia. “É horrível e preocupante que profissionais de saúde mental possam considerar que eutanásia é uma resposta para as feridas profundas e complexas causadas por abuso sexual”, disse Nikki Kenward, porta-voz do grupo.