Direitos humanos denunciam sumiço de 327 manifestantes na Colômbia
Manifestações contra o atual governo colombiano já resultaram em 83 homicídios e milhares de prisões, além dos desaparecimentos
atualizado
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Organizações de direitos humanos denunciaram, nesta quarta-feira (30/6), desaparecimento e tortura de mais de 300 manifestantes na Colômbia, com pedido à ONU que condene a repressão do governo colombiano.
As organizações colombianas e outras de todo o mundo afirmam que, ao longo dos dois meses de manifestações no país, 83 pessoas morreram, 327 estão desaparecidas e mais de 3.200 foram presas.
Elas alegam que são vítimas do esquadrão de choque e de cúmplices das forças armadas do Estado. Já o governo afirma que grupos ligados ao narcotráfico e ao Exército de Libertação Nacional (ELN), última guerrilha do país, causam confusões entre manifestantes.
Segundo a polícia e o Ministério da Defesa da Colômbia, dois uniformizados também morreram e outros dois ficaram feridos durante os atos.
As manifestações, majoritariamente pacíficas, são contra o governo do conservador Iván Duque (foto em destaque) e acontecem desde abril deste ano.
O relatório, que será apresentado à ONU em Genebra, ressalta que os ataques, estupros e choques são direcionados principalmente a indígenas, membros da comunidade LGBTQIA+, defensores de direitos humanos, médicos e jornalistas.
Os Estados Unidos e a União Europeia repudiam os abusos ocorridos. Nessa terça-feira (29/6), três policiais foram suspensos por agredirem jornalistas e um jovem em protestos na capital.
O Conselho Presidencial de Direitos Humanos conduz, no momento, 127 investigações “por supostas infrações disciplinares” praticadas pela polícia do país.