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Dinamarquês é condenado à prisão perpétua por desmembrar jornalista

Peter Madsen negava ter assassinado Kim Wall e disse à polícia que ela morreu por envenenamento de monóxido de carbono dentro de submarino

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Niels Hougaard /Ritzau, arquivo via AP
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1 de 1 peter-madsen - Foto: Niels Hougaard /Ritzau, arquivo via AP

O inventor Peter Madsen foi condenado à prisão perpétua, nesta quarta-feira (25/4), pela tortura e pelo assassinato da jornalista sueca Kim Wall durante uma viagem de submarino. Ele desmembrou corpo da vítima e o descartou no mar em agosto de 2017.

Segundo a juíza da Corte de Copenhague, Anette Burkoe, ela e os dois jurados do caso decidiram que a morte de Kim foi um assassinato e o réu também é culpado por agressão sexual e violação de cadáver.

O julgamento durou 12 dias, durante os quais o tribunal ouviu o testemunho de Madsen, de 47 anos. Ele atraiu Kim, de 30, até o submarino que construiu à mão, com a promessa de conceder uma entrevista que a jornalista tentava obter há meses.

Kim era uma freelancer que escrevia para grandes revistas e jornais. Ela foi vista pela última vez no dia 10 de agosto, quando acenou para o namorado e amigos em terra, enquanto o submarino partia para o Mar Báltico.

Seu torso foi jogado no mar de Copenhague e outras partes de seu corpo foram encontradas em sacolas plásticas. “Estamos falando de uma agressão sexual brutal e planejada de uma mulher que, por conta de seu trabalho jornalístico, aceitou a oferta de navegar no submarino do réu”, disse a juíza Anette.

Na Dinamarca, a prisão perpétua equivale a 16 anos, que podem ser aumentados. Imediatamente após o veredicto, a advogada de Madsen, Betina Engmark, disse que recorreria da decisão. O tribunal ainda ordenou a continuidade do réu atrás das grades durante o processo de apelação.

Julgamento
Durante o julgamento, o homem negou o assassinato, dizendo que Kim morreu acidentalmente dentro do submarino. Ele mudou sua história várias vezes. Inicialmente, disse às autoridades que havia deixado a jornalista em terra e não sabia o o paradeiro dela.

Em seguida, alegou que ela morrera acidentalmente ao ser atingida na cabeça por uma escotilha, dentro do submarino. Finalmente, disse que ela havia morrido asfixiada em razão de um defeito no funcionamento da embarcação.

Inicialmente, ele também negou ter desmembrado o corpo de Kim, mas depois confessou o ato, acrescentando ter jogado partes no Mar Báltico. A juíza do caso notou as discrepâncias e afirmou que o réu “não conseguiu dar explicações confiáveis”. Ela acrescentou: as evidências apontam que Madsen “demonstrou interesse por matar, mutilar e empalar pessoas”.

Segundo o procurador Buch-Jepsen, o assassinato de Kim teve motivação sexual e foi premeditado, já que o réu levou ao submarino ferramentas que normalmente não usava para navegar, incluindo uma serra e chaves de fenda afiadas.

Argumentando contra a decisão do tribunal, a advogada de defesa afirmou que seu cliente deveria ser absolvido da acusação de assassinato e sentenciado apenas pelo desmembramento do cadáver.

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