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Dia Mundial dos Refugiados: apoio é desigual entre os países, diz ONU

Opinião pública apoia as pessoas obrigadas a fugir da guerra ou das mudanças climáticas, mas existem grandes diferenças em termos de atitude

atualizado

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AFP – BASHAR TALEB
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1 de 1 palestinos refugiados-compressed - Foto: AFP – BASHAR TALEB

O número de pessoas deslocadas no mundo bateu recorde em 2023, de acordo com dados da ONU, que comemora nesta quinta-feira (20/6) o Dia Mundial dos Refugiados. De acordo com uma pesquisa sobre a percepção dos exilados no mundo, publicada na terça-feira (18/6), a opinião pública apoia as pessoas obrigadas a fugir da guerra ou das mudanças climáticas, mas existem grandes diferenças em termos de atitudes.

A cada minuto, 20 pessoas são obrigadas a abandonar suas casas, cidades ou países para fugir da guerra ou do terrorismo. Mais de 117 milhões de pessoas no mundo estão em situação de deslocamento e um pico de 120 milhões foi atingido em maio, com os conflitos no Sudão, em Faixa de Gaza e em Myanmar, conforme um relatório da Agência da ONU para os refugiados publicado em junho de 2024.

Em 2023, o número de refugiados aumentou 8%, ou seja, 8,8 milhões de pessoas a mais com relação a 2022. Uma cifra que cresceu progressivamente nos últimos 12 anos.

Em cinco anos, o número de deslocamentos provocados pela guerra aumentou 50% e o de refugiados e requerentes de asilo provenientes de países muito expostos às mudanças climáticas, 70%.

Uma pessoa entre 69, ou seja, 1,5% da população mundial, está hoje em deslocamento forçado. É quase o dobro de há 10 anos, quando esta proporção era de uma pessoa para 125.

O conflito no Sudão, que começou em abril de 2023, causou uma das maiores crises humanitárias do mundo e levou mais de 6 milhões de pessoas a se deslocarem dentro do país e outras 1,2 milhão a fugirem para países vizinhos.

Em Myanmar, a escalada de violência após a tomada do poder por militares em fevereiro de 2021 levou ao deslocamento de mais de 1,3 milhão de pessoas dentro do país até o final de 2023.

Na Faixa de Gaza, a UNRWA, agência da ONU para os refugiados palestinos, estima que entre outubro e dezembro de 2023, até 1,7 milhão de pessoas (mais de 75% da população) foram deslocadas pelo conflito entre Israel e o Hamas, algumas delas forçadas a fugir várias vezes.

Nesta foto, tirada em 19 de junho de 2024, refugiados Rohingya no abrigo instalado na praia de Kulee, no distrito de Pidie, na província indonésia de Aceh

Deslocados internos

De acordo com a ONU, a maioria das pessoas obrigadas a fugir de conflitos não atravessam as fronteiras internacionais e são deslocadas dentro do seu próprio país. Chamados de “deslocados internos”, elas representam 58% do total de refugiados.

No final de 2023, 68,3 milhões de pessoas eram deslocadas internas devido a conflitos ou ao aumento da violência em suas regiões.

No Sudão, estimativas indicam 9,2 milhões de pessoas deslocadas dentro do país, o que representa o maior número de deslocados internos já registrado. Logo após vem a Síria, com 7,2 milhões e a República Democrática do Congo, com 6,7 milhões.

Percepção dos refugiados

A Agência da ONU para os refugiados e o instituto de pesquisas Ipsos realizaram uma pesquisa sobre a percepção dos exilados no mundo. De acordo com o resultado, 75% dos entrevistados apoiam o direito ao asilo, incluindo em seu próprio país.

A pesquisa, realizada com 33.000 pessoas de 52 países, mostrou que, no mundo, existe empatia com os refugiados. Aproximadamente 30% dos entrevistados diz ter apoiado esta causa, por meio de doações ou mensagens em redes sociais.

“Ouvimos sobre muros, fronteiras fechadas, sobre reenvio, mas vamos lembrar que as pessoas são, na verdade, bastante coerentes e práticas e sabem que em outras circunstâncias poderiam ser eles fugindo”, analisa Dominique Hyde, Alta Comissária para os Refugiados da ONU.

Mas o apoio aos refugiados varia muito de um país a outro. Por exemplo, em Uganda, primeiro país em acolhimento de refugiados na África, 75% dos entrevistados dizem que os deslocados têm um impacto positivo na sociedade. Já na França, apenas 38% concordam com essa ideia.

Na Europa, mais que em outros lugares, observa-se um ceticismo crescente sobre a capacidade dos refugiados de se integrar, que aumentou depois da Covid-19 e da guerra na Ucrânia. Outra razão seria o aumento do custo de vida, combinado ao discurso de partidos de extrema direita que têm como alvo os imigrantes.

Confira mais reportagens como esta em RFI, parceiro do Metrópoles.

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